Meus Cordeis

A SOLUÇÃO DE QUEIMADAS (Definitiva)

FDP3 Produções apresenta

A

SOLUÇÃO

DE

QUEIMADAS

(Definitiva)


Þ Uma proposta viável, talvez até duas, visando o desenvolvimento do lugar. (Ah, ah!)

Há vinte anos escrevi este cordel nada sadio falando sobre alguns problemas políticos e sociais de Queimadas, um folheto cujo conteúdo até procurei esconder dos amigos tempos depois. Mas, afinal, esconder por quê? Tudo bem que eu já não defendo essa postura mais radical, essa revolta de tudo e de todos, assumindo a posição, inclusive, de um ateu que desrespeitava as religiões e seus adeptos. Foi apenas uma fase rebelde da minha vida... Enfim, trago aqui pra vocês este material corrigido apenas na parte ortográfico/gramatical e com alguns nomes poupados, uma vez que as verdades em meio às brincadeiras aqui contidas continuam bem atuais.


A SOLUÇÃO DE QUEIMADAS (Definitiva)
 Meu primeiro folheto de cordel, de 1997


Esta cidade de Queimadas
Nem Jesus consegue dar jeito,
Aqui nunca acontece nada
E nestes versos aproveito
Pra falar dessa adm. errada
Do nosso excelentíssimo prefeito.

Não posso e nem devo elogiar
Um local como este daqui,
Onde não tem sequer um lugar
Para o povão se divertir.
E o seu ......... só faz conversar,
Falar besteiras e mentir.

Já está mais do que na hora
De alguém parar para pensar,
Que nossa cidade precisa agora
É de mais gente pra trabalhar.
Mesmo sabendo que embora
Por todo este município afora
Muitos recebem sem se justificar.

Nossa cidade tá precisando

É de mais áreas de lazer,
Pois chega o fim de semana
E não há nada pra se fazer.
Sábado à noite e domingo
É mesmo de entristecer.

Se este lugar tiver de crescer
Será mesmo na base do empurrão,
Pois para uma cidade engrandecer
É necessário um prefeito ter
Coragem, pulso firme e ação.

Como é que eu posso gostar
De alguma forma desta cidade,
Se não há uma praça, um lugar
Que possa servir à comunidade?!
Nesta porcaria de cidade
Um hospital sequer não tem,
Há uma velha maternidade
E que, na verdade,
Não serve a ninguém.

Queimadas não tem conserto,
Quem dera uma real solução.
Mas volto a falar a respeito
Daqueles terrenos em doação,
Os mesmos que a Prefeitura
Estava cedendo ao povão.

........, o nosso ex-prefeito
Pisou na bola e agiu mal,
Misturou política no meio,
Favorecimentos, coisa e tal,
Tendo que se explicar direito
Indo até parar no hospital.

Ele bem que tentou se defender
Daquele seu ato tão infeliz,
Do qual foi vítima e inocente
- Isso é o que ele ainda diz.
E quem quiser terra ou semente
Que vá pedir ao senhor juiz.

Pois terra é para quem precisa,
Não pra quem já tem onde morar,
E a vez é dos mais humildes
Que não têm onde se abrigar.
Por enquanto os que ganharam
Só pensam em vender e alugar.

Sobretudo alguns funcionários
Que trabalham na Prefeitura,
Esses já ganharam terrenos,
Os melhores a essa altura.
Deixando a pobreza na mão
E por debaixo da fartura.

Tem funcionário no poder
Que sobre ele eu digo até, 
Se hoje em dia anda de carro
É porque já andou muito a pé,
Descontando em cima de todos
O seu egoísmo e a sua falta de fé. 

É, a história desses terrenos
Não ficou muito bem explicada,
Não houve uma satisfação amena
E eu sequer consegui foi nada.
Um pedaço de terra, pelo menos,
Para erguer num espaço pleno,
Um puteiro aqui em Queimadas.

Só ficaram enrolando o assunto
E contornando toda situação,
Mas o que eu queria muito
Que era uma boa explicação,
Talvez eu vá ouvir algum dia
Da própria boca de Seu .........

Só fiquei com a terra dos dedos
E nas unhas que ainda não lavei.
Contudo, revelarei um segredo,
Fato este que até agora não contei.
Nada que possa ocasionar medo,
Uma vez que eu jamais vacilei.

É a simples falta do que fazer
Que me obriga assim a rimar,
Tenho muito o que vos dizer
Pois calado não consigo ficar,
E que tal se eu me atrever
Tentar buscar ou até escolher
Uma solução para este lugar?!

Eu já estou é mesmo farto
De tanta igreja que se abre,
De evangélicos, de católicos,
Protestantes, pastores, padres...
Inúmeras religiões e crendices,
Entre tantas outras idiotices
E enganações que se sabe.

Até já vi escrito numa igreja:
“Venha aqui, pare de sofrer!”
Isso é a mais pura safadeza
E ninguém parece perceber.
Somente uma pessoa indefesa
Em tal palhaçada pode crer.

Tem católico que vai à missa

Durante a semana e aos domingos,
Mas que peca pelo ano inteiro,
Levando o tempo só mentindo.
Falando da vida dos outros,
Desta maneira se divertindo.

De início, minha meta não é igreja
Mas nem por isso eu tiro sarro,
Não chega a ser problema meu
Que cada Pastor tenha seu carro
À custa de seus pobres “irmãos”;
Nesse ponto eu até me amarro...

Quem tem muito não se conforma
Quer sempre mais, pensem nisso.
Às vezes eu paro para pensar
E nesse ponto mesmo insisto:
De que valeu o ensinamento
E todo o amor de Jesus Cristo?

Por isso não quero juntar-se
A ninguém, e nem preciso,
Eu sou feliz desta maneira
Digo isto neste improviso.
E peço atenção redobrada
Para um importante aviso:

Venderei, enfim, a alma ao Diabo
Para conseguir um investimento,
Vou lidar com bastante cuidado
Sei que é um negócio azarento.
Mas parece que dá resultado;
Um esforço que dá rendimento.

Só será necessário para isso
Que eu vá numa encruzilhada,
Assinar a esse compromisso
- Minha alma é tudo ou nada!
A mudança dependerá disso;
É uma atitude considerada.

E o “tinhoso” que não se meta
A querer vir me passar rasteira,
Seja com sangue ou com caneta
Assinarei sem qualquer besteira,
Vendendo de vez a alma ao capeta
Já que não posso vendê-la na feira.

Com o dinheiro desse “negócio”
Eu vou investir e botar fé,
Não quero ninguém como sócio
Pra instalar então, um cabaré.
Só vou exigir material do nosso
Em se tratando de mulher.

Tudo quanto é “quenga” e puta
Deste município queimadense,
Poderão logo entrar na disputa,
Reservando um lugar na frente,
Transformando assim nossa luta
Numa prática “digna e decente”.

Queimadas tá precisando urgente

Não só de paróquias ou de igrejas,
Mas sim de um cabaré decente
Isso é o que todo povo deseja,
Onde nada se passa pela mente,
Exceto uma deliciosa safadeza.

E do jeito que há necessitado
Haverá muitos clientes ao dia,
Um espaço bem requintado
Nunca há de faltar freguesia.
Penso nos lucros e no resultado;
- É como ganhar numa loteria!

O povo aqui de Queimadas
Que eu já sei bem como é,
À tarde irá para as igrejas
E de noite, toca pro cabaré.
Provando assim a luxúria
E toda a sua falta de fé.

Há uma favela aqui por perto
Conhecida por “Boca do Boi,”
Só conhece o lugar ao certo
Quem lá perto um dia já foi.
Vez em quando se vê urubu
Sobrevoando, Deus me perdoe!

Não é um lugar muito admirado
E eu nem sequer conheço bem,
Só sei que é bastante visitado
Devido às quengas que por lá tem;
Quando meu cabaré for inaugurado
Garanto que lá não vai mais ninguém.

A “Boca do Boi” deixará de existir
Porque vai ficar sem ninguém,
O Palhoção da Serra, esse vai falir
E eu até já sei disso muito bem,
Só um cabaré é que poderá suprir
A necessidade que esse povo tem.

Virão fregueses até de longe
Dos sítios, vilas e povoados,
E esses tarados que se escondem
Em Dona “Dôra”, atrás do mercado,
Logo mais terão um lugar aonde
Eles possam “foder” sossegados.

Qualquer um que me censure
Se eu não estiver com a razão,
Um lugar cheio de vagabunda
De quenga, viado e sapatão,
Onde se tem lugar para tudo
Menos pra um cabaré. E então?!

Se ninguém mais tomar partido
Muito em breve providenciarei isso,
Mas é melhor que fique entendido;
- Não estou firmando um compromisso!
Cada vez mais eu estou convencido
Que ninguém pode permanecer omisso.

Vou conversar com .........
E explicar tudo direitinho,
Eu não posso garantir, não,
Mas ganho a velha com jeitinho,
E ela me cede o que ......... não deu
Para a realização de um sonho meu,
Uma casa velha já é o caminho.

Mas não adianta só conversar,
O “projeto” é viável e verdadeiro.
Alguém haverá de se mobilizar
Pois, não conseguindo o dinheiro,
Este sonho não pode acabar
Pra alegria desse povo inteiro,
Um cabaré ainda hei de instalar
Nem que pra isso eu morra primeiro.

Nesse sentido eu penso diferente
Dessa maioria tão infeliz,
Que se dizem tão inocentes
Mas apenas o Diabo é quem diz.
 Xingam-me de louco e não sabem
Que ser louco é que me torna feliz.

E por falar em loucura
Essa “virtude” maravilhosa que é,
Eu agora já ando pensando,
Em outro plano considerando
E refletindo muito até.
Possa ser que um financiamento
Com o Diabo dê no pé.
Mas como nunca perco a fé
Arrendarei então um terreno,
Nem que pra isso eu fique devendo
Vou construir nele o cabaré.

Neste lugar há mesmo necessidade
De um ambiente ou coisa assim,
Insisto nisso pensando em todos
Pois não penso somente em mim.
Acredito que viver neste mundo
Foi justamente para o que vim.

Poderei talvez com os lucros
Dessa minha pequena empresa
(Onde nada se fabrica
Senão uma boa safadeza),
Mas só depois de tudo quitado
E quando o caixa tiver beleza,
Descolar então um terreno maior
Pensar alto ou até melhor
E construir uma grande igreja.

Aí sim, farei um bom investimento
Todos nós sabemos bem disso,
Que por todo saco de cimento
Que a minha “fé” empregar nisso,
Terei logo o seu rendimento
Duplicado no compromisso.

Um compromisso de fé
Para com os meus caros irmãos,
De conseguir a salvação até
Sem perda e sem devolução.
Tomando a grana dos “Mané”,
Vendendo o paraíso à prestação,
Eu nunca mais andarei a pé;
Comprarei logo um avião!

Pois como já dizia Raul Seixas
Nos altos e baixos da maré,
“O sucesso da minha existência
Está ligado ao exercício da fé,
Pois se ela remove montanhas
Também traz grana e muita mulher.”

Assim como alguns pastores
Que eu conheço muito bem,
Pregando a justiça divina
E tomando dos que nada tem,
Pregarei então minha “doutrina”;
- Na paz do Diabo, digo amém! 

Queimadas se tornou um reduto
Desses “FDPs” de gravata,
Que tem coragem de roubar os pobres
Da maneira mais cruel e insensata.
Cadê Deus nessa hora, tirou férias?
Tomem-se providências imediatas

Com uma bíblia na mão ou no sovaco
Saem por aí, difundindo a enganação,
Aparentemente convence, mas o fato
É que eles querem mesmo é pôr a mão
No dinheiro e no patrimônio do fraco,
Que entrega tudo sem dizer não.

Mas é do otário que vive o malandro
Assim diz um ditado popular,
E o que tem de filha da puta roubando
Aqui não daria para contar.
Melhor é continuar imaginando
O que eu direi ao sair “pregando”,
E o que farei ao começar a “rezar”.

Vou fazer uma revolução
No infinito universo religioso,
Mesclando várias religiões
Em um culto esplendoroso.
Regado à luxúria e consumo,
Em vez de hóstia, só uísque e fumo;
Será um banquete maravilhoso!

Realizarei ainda toda semana
Uma celebração divina,
Onde darei às velhas o pão
Com uma dose de Estricnina,
E ensinarei o “ABC” da igreja
Só para as moças e meninas.

Não que eu seja um ateu
Eu acredito em tudo o mais,
Acredito que exista Deus,
O Demônio, o Satanás...
E cuidado com Zé Pilintra,
Ele pode te catar por trás!

Seria bom se todo esse povo,
Eu, você, ele... qualquer um,
Nunca rogasse ao Deus-Poderoso
Pois nós temos algo em comum;

Somos uma raça impura até na voz
E cada qual que se diga ofendido;
Se Jesus Cristo morreu mesmo por nós
Ainda hoje deve tá arrependido. 


                                                QUEIMADAS, DEZEMBRO/1997. 

____________________________________________________

CORDEL - EM DEFESA DA CULTURA E DA EDUCAÇÃO, 

Paulo Seixas É A SUA MELHOR OPÇÃO!



Desse ninguém tem queixas, vote em Paulo Seixas, kkkkk!
        
       Apresento aqui um cordel que seria utilizado na minha campanha pra vereador este ano, no município de Queimadas/PB. Infelizmente, por orientação do TRE (Tribunal Regional Eleitoral), esse material acabou não sendo lançado, o que contribuiu efetivamente na renúncia da minha candidatura. Dessa forma, resolvi publicá-lo em meu Blog, com algumas pequenas restrições quanto ao seu conteúdo. No mais, avante com a poesia!!                     

                   QUEIMADAS, SETEMBRO/2016 

Por força das circunstâncias
Decidi disputar novamente
Uma cadeira no Legislativo
Deste município queimadense,
Embora eu tenha satisfações
Para dar pra minha gente.

Pois eu havia prometido
Não sair mais candidato,
Confirmando e repetindo
Não pleitear outro mandato.
Brincando em cima disto,
Tripudiei ainda do fato.

Aos amigos deixei bem claro:
Se alguém visse em Queimadas
Um magro alto, metido a poeta,
Discursando palavras rimadas,
Que não pensasse duas vezes,
Acertasse-o com uma pedrada.

Eu estou bem lembrado
Daquilo que fiz prometer,
Não subir mais em palanque,
Não quero aqui desdizer.
São coisas que a gente fala
E fica difícil de esquecer.
              
Há ocasiões em nossas vidas
Que não podemos voltar atrás.
Minha palavra é como um tiro,
Uma vez dita, ninguém desfaz.
Mas, antes, irei recordar 2012,
Ano que não esqueço jamais.

       Foram apenas 38 votos
Naquela eleição passada,
       Quatro anos me separando 
       Daquela experiência frustrada,
       Quando de modo nunca visto
       Saí candidato em Queimadas.

Não fiz sequer para mim
Os santinhos de campanha,
Não pintei nome em muro
E nem usei de artimanhas,
Já sabendo que a política 
É jogo de perde ou ganha.

Pedir o voto a um eleitor
        Para mim era dificuldade,
        Pois não sabia como agir,
        E ainda fazendo Faculdade...
        Entre os estudos e comícios 
        Rasgava o verbo pela cidade.

Sem poder pagar uma “cana
Para um eleitor cachaceiro,
Olhava pro meu bolso, onde
Há muito não havia dinheiro.
Às vezes, faltava a passagem,
Voltar pra casa era desespero.

        Sentia-me bem diminuído 
        E não procurava entender.
Em eleições é sempre assim,
Vence quem faz por merecer,
Utilizando-se de método$
Para o eleitor convencer.
               
Lembro-me até de um lance
Que se apresentou insólito,
Da mocinha que me pediu
Algo em troca de seu voto.
Só pude oferecer um abraço
Acompanhado de uma foto.

E até hoje ainda me aparece
Alguém pra dar uma “moral”,
Jurando ter votado em mim
Com tremenda cara de pau,
Pra quem ideias valem menos
Do que uma moeda de Real.

Essa experiência frustrante 
Rendeu-me até um cordel,
No qual deixei registrado
Em alguns versos no papel,
Uma campanha inusitada
Onde só apoiei................

Ajudei o prefeito a se eleger,
        Isso pra mim já foi positivo.
        Tendo vez no seu governo,
        Foquei nos meus objetivos,
        De contribuir com a cultura,
        Abrindo mão do Legislativo.

E após esses quatro anos,
Negando falar sobre eleição,
Aproveito a oportunidade
Para fazer esta retratação:
Nem sempre uma escolha
Depende da nossa decisão.

Portanto, não pude recusar
        O convite que me foi feito.
        Meu nome em uma relação
        Apontado por nosso prefeito, 
        Deixou-me desconcertado,
        Ao mesmo tempo, satisfeito.          

Aprendi, enfim, que não devo
Dizer aquilo que eu não sei,
Repetindo aquela antiga frase:
"Dessa água não beberei".
Esse mundo dá muita volta,
Disso não mais esquecerei.

         Uma lista de pré-candidatos
Antecipa-se à convenção,
Um ano antes é decidido
Esse processo de seleção,
Onde filiados são apontados
Para disputarem a eleição.

Indivíduos que já passaram
Por campanhas anteriores,
E que até se candidataram
Demonstrando seus valores.
Outros que se destacaram
Revelando-se nos bastidores.
       
       Há também aqueles novatos
       Que saem pela primeira vez,
       Ou mesmo o legislador atual,
       Mostrando ou não o que fez.
       A política é bastante dinâmica,
       Tecendo as suas próprias leis.

Eu não tinha a pretensão
De querer mais participar,
Sair candidato outra vez,
Aos amigos me retratar...
Não tenho perfil político;
Como poeta, só sei sonhar.

         Mas na política há margem
         Para as grandes realizações.
         Sonhos em prol do coletivo
         Que propago em afirmações,
         Teriam chances de acontecer,
         Entre outras pequenas ações.

A exemplo de uma aquisição
Para minha alegria e deleite,
Uma obra que foi realizada,
E não apenas como enfeite,
Um espaço há muito sonhado:
Uma moderna pista de skate.

A minha contribuição aqui
Foi somente de ordem moral,
Requerendo junto ao prefeito
Um espaço assim, como tal.
A próxima bandeira de luta
Será nosso Centro Cultural.

Imaginar um lugar assim
É pensar na coletividade,
Um espaço onde a cultura
Teria sua representatividade.
Queimadas um passo à frente,
Destacando-se entre cidades.
              
Uma cidade sem cultura
Vive nas trevas do atraso,
E Queimadas a essa altura
Não pode se dar ao descaso;
Depois de tantos avanços,
Mergulhar em poço raso.

...................vem atuando,
Mostrando garra e atitude,
Trabalhando por toda a cidade,
Em especial, pela juventude.
Um prefeito que é do bem,
Essa é a sua maior virtude.

Sobre este pleito eu quero
Fazer uma breve reflexão,
E aqui não excluo ninguém,
Quando se trata de eleição,
Sobre eleitores e candidatos
Que adoram fazer confusão.

Uma coisa eu lhes digo
Com certeza absoluta:
Eu não perco um amigo
Por causa de uma disputa.
Campanhas são passageiras;
Quem quiser que discuta.

Se um amigo é vermelho,
Outros 1000 são amarelos,
Não insulto um parceiro
Porque sua cor não tolero.
Apelo logo pro bom senso;
Briga é o que menos espero.

Não temo ameaça ou agressões,
Nesse ponto sou forte o bastante
Para evitar brigas e discussões;
Meu objetivo é mais importante.
Não perco tempo em confusões,
Isso é medíocre e insignificante.

No papel de pessoa pública
Tenho que ser mais consciente,
Pois o que importa, na real,
Preste atenção, minha gente:
É mostrar propostas viáveis
E Queimadas seguir em frente.

Apresento-me como candidato,
Contudo, prefiro nem aparecer.
Mesmo pleiteando um mandato,
De imediato nada posso oferecer.
Não tenho verba pra somar voto;
Disso eu jamais posso esquecer.

O meu número é 13................
Não é tão difícil de memorizar.
Chegou a hora, agora é a vez
De alguma coisa, enfim, mudar.
Votando em mim para vereador,
Alguém que promete se destacar.

Irei trabalhar pela educação
Como nunca o fizeram antes,
Cedendo mais espaço e atenção
Aos direitos dos estudantes.
Na Câmara eu terei voz ativa,
Sendo um legislador atuante.

Formado em Comunicação
Quero fazer mais pela cultura,
Dinamizar a nossa Educação
Com o apoio da Prefeitura.
Sei que posso fazer bem mais
Em posse de uma legislatura.

Muita coisa poderei realizar
Em quatro anos de mandato,
Pequenas coisas, devo lembrar,
Ser demagogo não é sensato.
Serei um amigo do professor,
Alguém que trabalha, de fato.

Continuo fazendo campanha
Como se dava antigamente,
Um amigo me acompanha,
Encontro outro de repente...
Uma conversa, aperto de mão,
Vou assim, seguindo em frente.

E desse jeito, companheiros,
Faço a minha participação.
Se dependesse de dinheiro
Eu nem entraria nessa eleição.
Sou aquele candidato “duro”,
Mas com ideias de renovação.

Volto mais uma vez a falar
De uma ideia excepcional,
Meu sonho ver Queimadas
Edificar um Centro Cultural,
Um espaço onde os artistas
Teriam um apoio estrutural.

Um projeto visando à cultura
Jamais idealizado por alguém.
Reunindo toda forma de arte,
Na poesia e na música convém
Revelar os inúmeros talentos
Que este nosso município tem.

Faço parte de um ParTido
Que é bastante estruturado,
Em nível de Queimadas é,
Sem dúvida, organizado.
E, ao contrário de muitos,
Oferece serviços prestados.

Chega de legisladores profissionais,
Os quais se elegem a cada mandato,
Fortalecendo apenas os seus ideais,
Sem apresentar uma ideia, de fato.
Antes de votar, eleitor, busque mais,
Analise atentamente seu candidato.

       As promessas de uma campanha
       São palavras que não voltam atrás.
       A cada eleição o cidadão “apanha”
       E promete não votar nunca mais.
       Diante de tantas mentiras e abusos
       O eleitorado já nem sabe o que faz.

Este lugar carece de mais gente
Que trabalhe pela coletividade,
Promovendo verdadeiramente
Ações para toda a comunidade.
Procurando ser mais eficientes,
Desde a zona rural até a cidade.

Se você, caro amigo eleitor,
Que é livre para escolher,
Pra votar seja em quem for,
Não vou tentar lhe convencer.
Veja o que outros a seu favor
Poderão, enfim, lhe oferecer.

Não se venda e nem se traia
Por favores ou por dinheiro.
Valorize o seu voto, se ligue,
Não confie em trambiqueiro
Que lhe promete o mundo,
Mentindo o tempo inteiro.

E somente para finalizar
Quero reforçar aqui antes,
Sobre minha palavra dada,
Prometerei nesse instante
Fazer uma campanha séria,
Mesmo afastado de palanque.

___________________________________________________


CORDEL - A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NA INFÂNCIA



A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NA INFÂNCIA
 QUEIMADAS PB, JANEIRO/2016

Toda criança estudiosa
Vai aprender desde cedo
Que para ser inteligente
Não há nenhum segredo.
Basta apenas gostar de ler,
Da leitura perder o medo.

Porque ler é interessante,
Além de muito divertido.
Cada livro é uma viagem,
Um caminho não percorrido,
Levando o pequeno leitor
A um mundo desconhecido.

Saber ler não é somente
Deixar de ser analfabeto.
É algo que vai muito além
E faz alguém mais esperto.
Enxergando nos detalhes,
Do errado ao mais certo.

Quão enorme é a sensação
Quando pela primeira vez,
Uma criança lê o seu nome
Que no caderno mesmo fez.
Compreendendo as palavras,
Pouco a pouco, a cada mês.

A leitura revela horizontes
Que só o livro pode mostrar,
Nela envolve sentimentos,
Alguns difíceis de explicar.
O conhecimento nos liberta,
É algo que vem do pensar.

Quanto mais alguém lê
Ganha em conhecimento,
Ficando bem esclarecido,
Acima do entendimento.
Podendo gerar opiniões
Seguro nos argumentos.

Qualquer tipo de leitura
Será sempre bem-vinda.
A exemplo dos quadrinhos,
Para quem não sabe ainda,
Eram os gibis nas antigas,
Numa época tão linda.

Em um passado recente
De alguns anos atrás,
A leitura era mais fluente
E as crianças liam mais,
Pois não havia internet
E essas redes sociais.

Jogos de computador,
Alguns até violentos,
Não ajudam em nada
Crianças em crescimento,
Podendo piorar, inclusive,
O seu desenvolvimento.

Muita coisa atualmente
Vem afastando as crianças
Da companhia dos livros,
Que vão perdendo importância,
Onde somente brinquedo caro
Forma agora uma infância.

Não se trata de privar
Da criança a brincadeira,
Menores têm que brincar,
É uma questão verdadeira.
Mas também deve constar
Livros em sua prateleira.

O estímulo pela leitura,
Pelos livros e tudo mais
É cultivado ainda cedo,
Tarefa que há muito se faz,
Antes mesmo do professor;
É uma iniciativa dos pais.

Dos pais vem o incentivo
Desde os primeiros anos,
Quando aos filhos ensina
A não cometerem enganos,
Colocando-lhes a leitura
Sempre em primeiro plano.

A leitura que os ensina
Também traz informação,
Aumenta sua autoestima
Traçando uma direção,
Formando o senso crítico
Do pequeno cidadão.

Além disso, é uma distração,
E pra quem insiste em dizer
Que a leitura é algo chato,
Que não há futuro em ler,
É bom mudar essa história,
Fazendo a mente crescer.

Alguns autores nacionais,
Faz-se importante lembrar,
Escritores extraordinários
Que puderam colaborar
Com a literatura infantil,
Do clássico ao popular.

No topo dessa relação
Podemos citar um astro,
Um escritor paulistano,
Criativo e original, de fato.
Criou a Emília e o Visconde;
O ilustre Monteiro Lobato.

Foi ele o grande idealizador
Do Sítio do Pica Pau Amarelo,
Uma linda fazenda encantada,
Conservada com muito esmero,
Onde a goiabada é de banana
E a bananada é de marmelo.

Cecília Meireles, Ruth Rocha,
Escreveram coisas bonitas,
Também Ana Maria Machado
E sua Menina do Laço de Fita,
Histórias que fazem parte
De uma infância tão rica.

José Mauro de Vasconcelos
Tem um livro que ensina
Os valores e os princípios
Que essa vida determina.
Quem por acaso nunca leu
O Meu Pé de Laranja Lima?

Outros escritores brasileiros
Dedicados aos quadrinhos,
E que marcaram gerações
São lembrados com carinho,
Maurício de Souza, Ziraldo
E o seu Menino Maluquinho.

Nacionais ou estrangeiros,
Há muita coisa realmente,
Livros clássicos e histórias
Que permeiam tantas mentes,
É assim O Pequeno Príncipe
E seu enredo inteligente.

As Aventuras de Harry Potter
Renderam filmes e muita fama,
Alice no País das Maravilhas,
A Ilha do Tesouro, tão bacana.
Tem a Chapeuzinho Amarelo
E até O Diário de Um Banana.

Mas são os contos infantis
Que persistem na lembrança,
E que ficam para sempre
Na memória das crianças.
Conto de fadas como Rapunzel
E as suas enormes tranças.

Branca de Neve, Cinderela
E seu sapatinho de cristal,
A Bela adormecida, Pinóquio,
Os 3 Porquinhos, o Lobo Mau...
E outros contos seculares
Da literatura universal.

Sem dúvida, a leitura
É uma aposta muito boa,
Não deve ser encarada
Como uma coisa à toa.
Quando é levada a sério
Jamais alguém enjoa.

Na escola o estudante
Aprende essa realidade,
Pois é onde ele forma
A sua personalidade.
Regras que fazem parte
De toda sociedade.

Uma salinha de aula
É como um segundo lar,
Um ambiente sagrado
Para a criança estudar,
Onde ela vai entender
Que ler é só começar.

Portanto, ler faz parte,
É algo bem aconselhável.
Acompanha-nos pela vida
De maneira inseparável.
Tão necessário quanto rir,
A leitura é indispensável.

Ler só faz bem a todos,
Desenvolve a sabedoria,
Quem vive da Educação
Sabe disto com maestria,
Que a leitura faz parte
De qualquer dia-a-dia.

Quem lê escreve bem,
Isso é fato comprovado.
A leitura abre a mente
Do aluno disciplinado,
Capaz de criar redações
Sobre qualquer tema dado.

Além do mais, a leitura
Enriquece o vocabulário,
As palavras fluem mais
Tornando-se desnecessário
Ficar a todo o momento
Consultando o dicionário.

Mas não é somente ler,
Tem que saber imaginar,
Fazer parte da história,
Com a personagem viajar.
O mundo do faz de conta
É pra quem sabe sonhar.

Na leitura a criança viaja
Através da imaginação,
Avista novos horizontes,
Não enxergando restrição.
Transformando-se assim
Num formador de opinião. 

Encarando já esse desafio
De ser um disposto leitor,
Cobrirá de orgulho os pais, 
Os amigos e o professor,
Buscando em sua existência 
Ser um grande vencedor. 

Instruir-se é o futuro,
Não tem outra saída,
O ideal do bom aluno,
Disso ninguém duvida, 
É preparar-se na escola
Para enfrentar a vida.





____________________________________________________

UMA SOLUÇÃO PRO PEQUENO COMÉRCIO EM QUEIMADAS

               FDP3 Produções apresenta


UMA SOLUÇÃO PARA O PEQUENO COMÉRCIO EM QUEIMADAS
  MEU SEGUNDO FOLHETO DE CORDEL, DE 1998

Novamente volto aqui para criticar
Desta vez algo bem mais complicado,
Não é nada fácil abrir a boca e falar
De um assunto que parece já consumado.
O povo, esse não tem o que reclamar,
Exceto nós, comerciantes inconformados.

Aquele dono de “bodega”, coitado,
Que outrora ainda se dizia o tal,
Com saúde ele vai levando, obrigado,
Quanto ao negócio, esse tá indo mal.
Já não consegue descolar um trocado
Nem com a venda de um quilo de sal.

A crise e o problema financeiro
Não é brincadeira, é um caso sério,
Ninguém sabe onde foi parar o dinheiro
Para todos é mesmo um mistério.
As ruas por onde o comércio invadia
Encontram-se desoladas e vazias
Tal qual vielas de um cemitério.

E desde que inventaram essa moda
De supermercado fino e moderno,
Quem se atualizou entrou na roda
Enquanto outros já fecharam o terno.
Os bons tempos de bodega e de prosa
Foram-se pra sempre no último inverno.

Restaram ainda as pequenas mercearias
E aqueles seus balcões atravessados,
Com pouca liberdade à freguesia
Prestando um serviço ultrapassado;
Ninguém vê o preço da mercadoria,
Por vezes o cliente é desrespeitado.

Sim, entendemos que o tempo
Traz consigo a modernidade,
O que há de mais sugestivo
Para o povo de uma cidade.
E o pequeno comércio tá morto
Todo mundo só quer conforto
Coisas fáceis e comodidade.

Seu Manoel Mendes, João Virgínio
Zé Tavares, comerciantes de outrora,
Que um dia foram os responsáveis
Por todo o comércio região afora,
A essa altura poderiam compreender
O que se passa conosco agora.

Os negócios ficaram mesmo nas mãos
Dos grandes e atuais nomes deste lugar,
No que depender de um “prata da casa”
Nenhum negócio ele haverá de realizar.
Não adianta concorrer com o mais forte;
É perder tempo ou pedir para fechar.

No domínio absoluto pelo comércio
Não existe respeito ou consideração,
E nem é preciso ser muito esperto
Para que se chegue a uma conclusão:
Aquele “bodegueiro” pobre pai de família
Conversará sozinho que nem rádio de pilha
Vendo os seus negócios caírem por chão.

E é inútil tentarmos uma saída
Quando essa talvez nem exista,
O batalhador continua firme na lida
Enquanto outros já nem insistem.
Há certos negócios nessa vida
Dos quais a gente logo desiste.

Vamos ser mais conscientes
E enxergar o que ninguém quer ver,
Não adianta bater de frente
Com os caras que tão no poder.
Disputar mercado com o mais forte
É apelar pra ter alguma sorte
De amanhã ter o que comer.

O monopólio aqui já atingiu
Algumas áreas até exclusivas,
O remédio ficou mais em conta
O preço do pão até nos cativa.
Querem impedir a todo custo
Que o pequeno comerciante viva.

No papel de um consumidor
Certamente estaria sempre feliz,
Pois quanto mais barato o preço for
Maior é a razão quando se diz,
Que o grande tem opções de propor
Preços menores e até baixando o valor
De uma mercadoria que ninguém quis.

Até aí tudo bem, nada contra,
Não quero ficar de um lado oposto.
Mas é duro concorrer com o grande
Que tem bases firmes e “encosto”.
O pequeno rala todo dia na batalha,
Tentando fazer o que o grande não falha,
Procura fugir das garras da “malha”,
Sonegando o Fisco, sem pagar imposto.

Nesse ponto eu admito
Que todo mundo se defende,
Nem todo comércio, acredito,
É só aquilo o que ele vende.
Hoje até o pipoqueiro da esquina
Pode vender maconha e cocaína;
Nada mais nos surpreende.

Na livre disputa todo mundo ganha
O pequeno por vezes supera o maior,
Na guerra pelo produto mais barato
Vende mais quem tem preço melhor.
Só que há muita deslealdade por aqui
Onde só o pequeno é que leva a pior.

Na pele de um vendedor de banana
Sei como é dura essa concorrência,
Meu pai aceita tudo e não reclama
Mas eu já não tenho tanta paciência,
Pouco a pouco vai faltando grana
Aí só restará lamentar a falência.

O pequeno comerciante estimado
Já é por natureza um desiludido,
Seus impostos todos os meses são pagos
Mesmo que não tenha sequer vendido,
Um pacote de bolachas ou um enlatado;
Dessa maneira ele vive “fudido”.

Negócio pequeno aqui em Queimadas
Só sobrevive com muita bravura,
Ninguém consegue mais vender nada
Alguns já estão beirando à loucura.
Gostaria de ter um ganha pão, talvez,
Ganhando cinco mil reais todo mês
“Mamando nas tetas” da Prefeitura.

Não pensem que eu esqueci
Da história das “mamadeiras”,
Melhor do que ninguém entendi
Aquelas mentiras tão verdadeiras.
E o povo que a tudo assistiu
Fez até de conta que não viu,
Continuando então a sujeira.

Mas o pequeno insiste em continuar
Concorrência à parte, faz o seu negócio.
Se o grande aperta, um dia vai parar;
Pior do que quebrar ainda é ter um sócio.
O pobre se vira mesmo em qualquer lugar,
Na era do Real ninguém fica mais no ócio.

A fase pela qual atravessamos
Não tá mesmo para brincadeira,
Por onde quer que passamos
Só se escuta tal choradeira.
Esse Plano Real veio pra lascar,
O pobre em dois tem que se virar
Pra arrumar o dinheiro da feira.

Isso porque o sagrado Real
É um dinheiro difícil de se ver,
Com a inflação não era assim tão mal
Dava pra todo mundo sobreviver.
A nossa economia nunca será estável
Enquanto persistir essa fase miserável
O pobre nunca deixará de sofrer.

Agora entendo o que disse o presidente
Quando decidiu abolir os descamisados,
Ele falava a verdade realmente
Mas ninguém percebia o enunciado.
Ele vai é matar o pobre de fome
E na história pra sempre ficará seu nome
Como o governo que mais deu resultado.

Na vida de um comerciante
Tudo ele encontra pela frente,
Está sujeito a todo instante
Ao fiado de um parente,
Ou àquele velhaco que antes
De mudar-se pra bem distante
Ainda enganou muita gente.

É um sofredor por natureza
Já o disse e tenho dito,
Quando “chora” ou conta tristeza
Pode ter certeza de que acredito.
Ninguém melhor do que eu
Pra entender o que se sucedeu
Com um pobre vendedor aflito.

Por mais que seja equilibrado
Seus negócios nunca vão bem,
Seja por dinheiro emprestado
Que ele toma ou cede a alguém.
Se toma, paga o juro adiantado,
Se empresta, nunca vê o “xerém”.

Encontram-se de bolsos vazios
A coisa não tá para brincar,
São enormes os desafios
Que lutam para enfrentar.
Os negócios tão por um fio
E só há o que lamentar.

Não é macumba nem galinha preta
O que fizeram e andam fazendo,
A coisa é muito mais bem feita
Acreditem no que estou dizendo.
Do pequeno só restará o pó,
Seus negócios vão de mal a pior;
Só o grande continuará crescendo.

O que era de mais tradicional
Que era a nossa feira de sábado,
Nunca mais ela foi a mesma
Tá tudo péssimo, tudo acabado.
Alguém faz um trocado aqui ou ali,
E o pessoal da “Feirinha do Acari”
Já está de luto decretado.

Por sua vez, falo de uma raça
Que abrange o mundo inteiro,
Essa é talvez a pior desgraça
Na vida de um bodegueiro.
Nenhum comerciante aguenta
Qual raça imunda e nojenta
Como é a do “pirangueiro”.

Um miserável que faz conta
Da moedinha de um centavo,
Merece mesmo levar uma ponta
Não passa de um corno safado.
Um filho da mãe, um “mindingo”
Deixa de ir à missa aos domingos
Para não ter que dar um trocado.

Na parede de um comerciante
Costuma-se encontrar anotado:
“Proibida entrada de ignorante,
Gente pirangueira e que faz fiado”.
Que se fodam esses malditos
Pra alegria do vendedor aflito
Que vive a ser perturbado.

A vida é como se fosse uma reprise
O tempo passa e a coisa não muda,
O mundo inteiro só fala em crise
Todo dia é um “Deus nos acuda”.
Os ricos se tornando milionários,
O pobre “escapando” com um salário
E ainda grato quando o filho estuda.

Somente a originalidade prevalece
Quem tem cabeça dribla o adversário,
É com competência que se estabelece
E saber de tudo um pouco é necessário.
Quando num negócio até Deus esquece;
O malandro nunca dá mole pra otário.

No rol dos mais prejudicados
Encontram-se os pequenos comerciantes,
Sim, esses mesmos desesperados
Dos quais eu sou parte integrante.
Como voltar àqueles tempos de outrora
Onde cada negócio entrava pra história;
Sem concorrência desleal já seria o bastante.

Convoco todos os companheiros
Que se encontram nesse dilema,
Para encontrarmos alguma maneira
De resolver os nossos problemas.
Não podemos se dar ao descaso
De viver nesse constante atraso;
Participar agora é o nosso lema.

É impossível que um ratinho
Vença a briga com um leão,
Uma ave ao construir seu ninho
Precisa da força e da união.
Vamos pensar e refletir direitinho
Que chegaremos a uma solução.

Podíamos talvez nos organizar
Numa espécie de cooperativa,
Algo que se desse a realizar
Por meio de uma comissão ativa;
Pessoas que se preocupam em salvar
Ao menos a dignidade perdida.

Não podemos concorrer individualmente
Como que num ato de pura insistência,
Devemos agir como pessoas inteligentes
Deixando de lado nossas divergências.
Tenho um plano que fará tudo transformar
Não é pretensão mudar a feira de lugar;
Ouçam o que diz a minha “experiência”.

Proponho a todos uma cooperativa
Organizada mesmo a céu aberto,
Tipo feira-livre, mas com a iniciativa
De restaurar esse nosso comércio.
Instalada na rua Eunice Ribeiro
Viria gente do município inteiro
Fazer a sua feira com os “sem-teto”.

Melhor até que um hipermercado
Todos os pequenos assim reunidos,
Sei que daríamos conta do recado
Com os estoques sempre abastecidos,
Produtos dos mais diversificados
Os precinhos diariamente controlados
Gerando um comércio alternativo.

Todos os dias, de segunda a sábado,
Formar-se-iam os grupos nas calçadas,
Com seus bancos sempre organizados
E com um atendimento especializado
Para aquela dona de casa abusada.
Pensem bem, venderíamos uma loucura
Feijão, macarrão, ovos, rapadura...
Seria uma revolução em Queimadas.

Não era para ser encarado de frente
Como uma simples demonstração de venda
Seria um comércio do tipo permanente
Visando uma maior distribuição de renda.
Tanto na compra como na divisão de lucros
O pequeno teria maiores recursos
E a população apoiaria essa emenda.

Enquanto discutimos essa ideia infantil
Que tem tudo para ser arquivada,
Pensaremos enfim, em algo mais sutil,
Uma saída que não seja recusada.
Nosso lugar tem um comércio promissor
E todo negócio, seja pequeno como for,
Sempre acaba adaptando-se a Queimadas.

Por que é que ninguém apresenta
Algo de novo para se comercializar,
Que agrade desde os 08 aos 80
Beneficiando o povo do lugar!?
Aqui só visam abrir supermercados,
Um negócio há muito superado,
Arrebatado e monopolizado;
Só não vê quem não quer enxergar.

Que tal investir em novas áreas,
Em coisas jamais pensadas antes?!
Um self service “show” na culinária,
Uma pousada pra hospedar viajantes...
Ou até quem sabe abrir um “terreiro”,
Um centro de macumba dá dinheiro
Além de ser bastante interessante.

São inúmeras as alternativas
Para um comércio “construtivo”,
Seja um saloon à moda antiga,
E até um camelódromo cooperativo...
Ou ainda, uma ideia mais ostensiva,
Uma mini empresa de coleta seletiva,
Tornando o lixo um tanto lucrativo.

Talvez até, uma locadora de jegue
Como investimento, seria boa opção,
Nesse mundo não há quem negue
Que prefira sempre uma condução.
Para os lugares de difícil acesso,
O “jumento-taxi” seria um sucesso
De absoluto conforto e precisão.

O turismo, quando bem explorado
Traduz em ótimo recurso financeiro,
Desde que seja bem empregado
Torna-se rentável pelo ano inteiro.
Queimadas oferece lugares bonitos,
Por estas razões eu realmente acredito
Na visão de um negócio verdadeiro.

Não abriria mão é de um motel
É necessário e não requer problema,
Poderia se erguer um pequeno hotel,
Bem como um humilde cinema...
O povo precisa é de tais melhorias,
E o comércio com sua autonomia,
Não obedece a qualquer “esquema”.

Acho que já brinquei o suficiente
E todos entenderam a mensagem,
Nosso pequeno comércio decadente
Só se compara a uma sacanagem.

Pior que a mercearia falida
São aqueles que dela fazem,
Degraus para a sua subida
E com direito à abordagem.

A verdade é que não podemos
Dar o nosso braço a torcer,
Pois aconteça o que acontecer
Vamos continuar nessa luta.
Se foi para isso que nascemos
Então vamos encarar e vencer,
Compromisso não haveremos de ter
Com nenhum desses “FDPS”.
              
                                                      QUEIMADAS, JANEIRO/1998.

____________________________________________________

HISTÓRIA E GLÓRIA DO GRUPO ESCOLAR JOSÉ TAVARES

  Um pouco da História do Grupo Escolar José Tavares 

 

Há 78 anos foi inaugurado o Grupo Escolar José Tavares – localizado à Rua João Barbosa da Silva, ao lado da Igreja Matriz. Por muito tempo foi o único prédio público da cidade, e também a única escola da área urbana do antigo Distrito, já que Queimadas até então não era uma área emancipada, pertencendo à cidade de Campina Grande. Pelos bancos do Grupo José Tavares passou boa parte da sociedade queimadense, sem distinção.                                           
O projeto arquitetônico dos prédios dessas escolas obedecia a um padrão utilizado na época (Ver foto da capa), e sua implantação em Queimadas fez parte de um projeto de expansão da educação básica do Estado da Paraíba, implementado pelo governador de então, o Sr. Argemiro de Figueiredo, que além deste inaugurou mais duas outras unidades escolares na mesma data.

                           Por que o nome José Tavares?  

          

José Tavares Cavalcanti nasceu em 29 de Junho de 1907 e se formou em direito em 07 de Setembro de 1931. Concorreu ao cargo de Deputado Estadual nas eleições de 14 de outubro de 1934 se elegendo como deputado constituinte.
Porém, no dia 03 de março de 1935, sofre um terrível acidente de automóvel e vem a falecer. Tinha ele apenas 27 anos de idade.
        Portanto, através de uma homenagem prestada por seu correligionário Argemiro de Figueiredo, esse tradicional educandário queimadense passou a ser chamado de José Tavares.
                                                                                        
                                                                            Fonte: Blog Tataguaçu
 

                        QUEIMADAS, Setembro/ 2015

A escola onde estudamos
É uma escola bem antiga,
História pra ser lembrada
Por muito tempo na vida.

        Ela foi inaugurada
        Há 78 anos atrás,
        Por ela já passaram
        Os nossos ancestrais.
        E hoje estamos aqui
        Seguindo nossos ideais.

O nosso grupo escolar
É o mais antigo da cidade,
Nele todos têm o direito
De estudar com dignidade.

         Há pouco tempo ele passou
         Por uma grande transformação,
         Ficou mais moderno e amplo
         Não tem nem comparação.

Das coisas que ainda faltam
Pra escola ficar mais altiva,
Além de aulas de computação
Falta uma quadra esportiva.
       
         Precisamos de computadores
         Para aqui de vez melhorar,
         Já que a maioria dos alunos
         Não tem onde se conectar.

E ainda uma área coberta
Pra poder jogar futebol,
E fazer Educação Física
Sem apanhar tanto sol.

         O nosso Grupo José Tavares
         É a escola onde aprendemos,
         Temos orgulho desse lugar
         E por ele de tudo fazemos.

Somos crianças e jovens
Procuramos ser divertidos,
Porém, em sala de aula
Somos bem comprometidos.

         Sendo alunos dedicados,
         Nunca gostamos de faltar,
         Estudar é um compromisso
         E devemos sempre lembrar.

Com verdadeiro entusiasmo
Que a gente vem pra escola.
Estudando e se aplicando
O ensino cada vez melhora.

         Aqueles que desejam aprender
         Devem sempre se comportar,
         Prestar muita atenção na aula
         Vir pra sala querendo estudar.

Nossa Diretora é uma amiga
Sempre pronta a nos ajudar,
Quando fazemos algo errado
Ela logo vem nos aconselhar.

         E a Coordenadora Roseane
         Procurando também colaborar,
         Seja Diretor, Professor ou Zelador,
         Todos ficam felizes em ajudar.

Em nossa escola contamos
Com um Vigia esforçado,
O nome dele é Marcelo
E ele é muito respeitado.

         Temos aulas bem interessantes
         Não são nem um pouco puxadas,
         Mas se o aluno não se interessa
         Não vai mesmo aprender nada.

Contamos com uma professora
Que é alguém muito sensata,
Prestamos atenção nas aulas
Ela fica o tempo inteiro grata.
        
         É a amiga Josineide Tavares
         A nossa professora querida,
         Desejamos muitas felicidades
         Para ela, e muitos anos de vida.

Na hora de educar não brinca
Fala sério e pede atenção,
Sendo alguém já experiente
Nos ensina com dedicação.
        
         A nossa professora ainda
         É divertida e inteligente,
         Faz seu trabalho com amor
         Se mostrando paciente.

Na nossa escola todo dia
Nos divertimos de montão,
Com amigos verdadeiros
Que guardamos no coração.
        
         Tem uns que são mais chatos
         Outros que são brincalhões,
         Uns que gostam de desenhar
         Sejam balões ou dragões.

Cada qual pode ser diferente
Mas na sala são todos iguais,
Estamos aqui para aprender
Que ninguém deve ser mais.

         A nossa escola está bonita
         Além de muito graciosa,
         E as nossas merendeiras
         Fazem comidas gostosas.

As merendas da escola
São mesmo muito gostosas,
Todo dia saciam nossa fome
Com comidas deliciosas.

         Um cardápio nutritivo
         Ninguém pode reclamar,
         Está de parabéns enfim,
         Nossa merenda escolar.

Gostamos de ir pro intervalo
Pois é quando tem merenda,
Adoramos brincar no recreio
Só não gostamos de arenga.

         A hora do intervalo é sagrada
         É para se lanchar e brincar,
         Se entender com os amigos
         E parar de vez de brigar.

Devemos evitar briga na escola
Pois inimizade é muito ruim,
Respeitando amigos e colegas
Podemos colocar brigas ao fim.

         Os amigos do José Tavares
         Sempre nos estendem a mão,
         Nunca nos negam um abraço
         Mais que amigos, são irmãos.

Fazemos parte de uma escola
Muito antiga e tradicional,
Devemos respeitar seu nome
Mostrando atitude e moral.

                      Autores deste folheto:

Ana Luiza de Souza 
Camylle Silva Torres
Diego Dantas
Emanoel M. Marques
Emerson lucas dos Santos
Emerson Rodolfo
Hellen Pâmela Silva
João Victor Barbosa
Jonathan Balbino 
José Gustavo S. Oliveira
José Rangel Tavares 
José Vitor Silva
Luiz Henrique Mendonça 
Luiz Matheus Silva
Marcelo Tiago 
Maria aparecida Silva Rocha
Maria Kauany de Oliveira 
Mateus Pereira Silva
Micael Vitor dos Santos Silva 
Rayssa aparecida Chagas
Sara de Lima Silva 
Tainara Palhares
Victor Gabriel 
Vinicius Pereira da Silva

          Sob a supervisão da professora Josineide Tavares e do poeta Paulo Seixas.

 

____________________________________________________


        JOÃO DE CARMINHO - UM MITO QUEIMADENSE


Hoje, dia 18 de dezembro de 2014, faz exatamente quatro anos que iniciei este Blog, um trabalho que eu esperava render por um ano ou talvez, um pouco mais. No entanto, não parei mais de produzir material para as publicações aqui realizadas, sejam cordéis, poesias diversas, textos literários, artigos e aproveitando também muita coisa da época ainda recente da faculdade.
Apresento nesta postagem especial o cordel que escrevi sobre a vida de João de Carminho, uma pequena biografia sobre um dos homens mais valentes que a cidade de Queimadas já conheceu. É um material apenas superficial, não se aprofundando muito na vida de João, este que é um dos personagens que vive até os dias de hoje no imaginário do povo queimadense, mesmo após os 38 anos de sua morte.
Enfim, eis o cordel mais lido dessas últimas semanas em Queimadas.


                  
                  QUEIMADAS, OUTUBRO/2014

Desde criança que ouço falar
Das histórias de um valente,
Um homem cuja trajetória
Tá na memória de muita gente.
Peço licença e abro caminho
Para lembrar João de Carminho,
Um grande mito queimadense.

         Quem passou da meia idade
Alguma vez já ouviu comentar
Sobre essa figura destemida,
Que virou lenda pelo lugar.
Um homem fora do comum.
Como ele não havia nenhum
Na maneira de se comportar.

João Batista Barbosa nasceu
Nos arredores de Queimadas,
Em um sítio, Riacho do Meio,
Onde sua história foi traçada.
A data, 22 de novembro/1922.
Alguém que se tornaria depois
Uma personagem imortalizada.

         Filho de Manoel do Carmo,
Conhecido por Seu Carminho,
E de Dona Sebastiana Ermínia,
Que o criou com muito carinho,
João cresceu num belo recanto,
Desfrutando da vida do campo,
Sendo guiado no bom caminho.

De origem nobre, teve berço,
Sua família tinha propriedades,
Muita terra e cabeças de gado,
Nunca passou por dificuldades.
E assim, crescera desde então,
Ele e mais outros dez irmãos
Vivendo naquela comunidade.

Durante toda a sua infância
Viveu na fazenda dos pais,
E já saindo da adolescência
Descobriu do que era capaz.
Forte igual um boi de arado,
Seu porte físico avantajado
Intimidava quaisquer rivais.

Mesmo jovem já era audaz,
Tinha uma energia ilimitada,
Fora um excelente cavaleiro,
Correndo até em vaquejadas.
Na escola não se saiu mal,
Estudando só o Fundamental,
Numa época ainda atrasada.

Praticante de exercícios físicos,
Sendo estes um tanto puxados,
Fora um popular “marombeiro”
Malhando halteres bem pesados.
A propósito, a casa onde nasceu
Resiste ao tempo como um museu,
Havendo um desses conservado.

Foi justamente seu lado atlético,
Fisiculturista, em especial,
Que o levou para tão distante,
Ausentando-se de sua terra natal.
Viveu assim o jovem aventureiro
Uma temporada no Rio de Janeiro,
Agindo em busca de um ideal.

No antigo Estado da Guanabara
Participou de jogos desportivos,
Representando a Marinha nacional,
Sendo, portanto, um militar efetivo.
Teve contato com pessoas influentes,
Fotografou ao lado de Presidente,
          Socialmente, foi bem participativo.

Entretanto, o que lhe atraía
Era a vida na zona rural.
Seu contato com a natureza
Se mostrava algo essencial.
Deslocava-se do sítio à cidade,
Às vezes, por necessidade
Ou por um motivo especial.

De uma personalidade forte,
Jamais mandava dar recados,
Resolvia as coisas pessoalmente,
Fosse sozinho ou desarmado.
Reza a lenda e eu não minto,
Ele enfrentava mais de cinco,
Bastava apenas ser contrariado.

Um homem de mil proezas,
Era realmente destemido,
Não tinha medo de nada,
Enfrentava qualquer perigo.
Respeitado na localidade,
Em nada lembrava um covarde,
Encarando de frente o inimigo.

         De fato, João de Carminho
         Fora um homem bastante forte,
Pra derrotá-lo num confronto
Tinha que contar com a sorte.
Ao longo de toda a sua vida
Atraiu confusão e muita briga,
Por vezes, escapando da morte.

Não é difícil tentar associá-lo
A Sansão, ou mesmo ao Tarzan,
Ao personagem Tranca Rua
Do poeta regional Amazan.
Embora tivesse um ponto fraco,
A sua relação com o álcool,
Arrependimento das manhãs.

Nos dias atuais alguém diria
Que João seria um ser “bipolar”,
Pois quando começava a beber
Parecia querer se transformar.
Envolvia-se em brigas e lutas,
O que manchava a sua conduta,
Buscando em seguida reparar.

As suas bravuras heróicas
Ultrapassavam as fronteiras,
De Queimadas a Fagundes,
Campina Grande e região inteira.
Nas décadas de 1950 a 1960
Criou pra si uma fama violenta,
Aqui e acolá fazendo besteira.

Era considerado por alguns
Um “play boy”, um desordeiro,
Um causador de confusões
E possivelmente um pistoleiro.
Apesar de que a fama lhe convém,
João nunca assassinou ninguém,
E muito menos por dinheiro.

Possuía domínio de armas
E uma admirável pontaria,
Fosse revólver ou espingarda,
No gatilho ele se garantia.
Vivia, por ocasião, ameaçado,
Quase sempre andava armado,
Fosse à noite ou à luz do dia.

Segundo a própria família,
Ele se invadia por demais
Em conflitos e desordens
Que só tiravam a sua paz.
Respondeu a alguns processos,
Uma das provas do insucesso
E do que a violência traz.

Além de bravo e audacioso,
Não medindo consequências,
Era também muito corajoso
Fazendo uso da prudência.
Um homem de moral e respeito
Que fazia as coisas do seu jeito,
Procurando manter a decência.

De acordo com as pessoas
Que com ele conviveram,
E relembrando alguns “causos”
De outros que já morreram,
João foi um tipo extraordinário,
Seu mito vive no imaginário
Daqueles que o sucederam.

Tinha consideração pelos amigos,
Do humilde ao mais influente,
Para ele não havia distinção,
Era solidário e sempre presente.
Sabia conservar suas amizades
Tanto no campo como na cidade,
Sendo cordial com muita gente.

Seus princípios, no entanto
Ficavam bastante ameaçados,
No que ele “enchia a cara”
E terminava embriagado.
Nessa hora a sua postura
Valia-se da arma na cintura
E de um povo amedrontado.

Nossa alegre Festa de Reis,
Uma tradição na cidade,
Fora palco de arruaças,
Não vou omitir a verdade.
Seguindo pistas de então,
Todas apontam para João,
Mas sem maior gravidade.

Quando ele decidia aprontar
O aviso bem depressa corria,
Muitos preferiam nem arriscar,
Gente que dos festejos desistia.
Um evento tão antigo e anual
Ainda é lembrado na época atual
Pelo que João de Carminho fazia.

Partindo da fazenda a galope
Ele cavalgava em disparada,
Saltava igualmente um jóquei
Ao avistar uma porteira fechada.
Chegando à rua, dirigia-se à festa,
Cruzava a cavalo no meio desta,
A essa altura quase paralisada.

Geralmente passava reto,
Queria apenas provocar,
Mas, se via algum desafeto,
A coisa podia esquentar...
A polícia pouco presente,
Com seu raro contingente,
Mal fazia a lei vigorar.

Impressionante mesmo de ver
Quando a peleja saía no braço,
Socos, empurrões e pontapés
Causando enorme estardalhaço.
Era somente violência, por sorte,
Festa de Reis já lembrava morte,
Uma observação que aqui faço.

Mereceu destaque uma briga
Na qual ele se feriu um bocado,
Ao enfrentar um enorme grupo
Que também saiu machucado.
Duelou, fez o que deu na telha,
Perdeu até parte de sua orelha
Nesse furdunço generalizado.

João tinha um temperamento
Imprevisível até por natureza.
Demonstrava um lado religioso,
Por vezes, dado à delicadeza.
Nunca levava desaforo pra casa,
Porém num ponto se destacava,
Isso ninguém nega, com certeza.

Seu respeito pelas mulheres
         Era, por certo, reconhecido,
         Sendo cordial e cavalheiro,
         Mesmo estando aborrecido.
         Algo que pode ser comprovado,
         Costume de um tempo passado
         Que não deve ser esquecido.

Se possível, comprava até briga
Ao defender a honra de alguém,
Sendo taxado como um fora da lei
E, pelo contrário, fazendo o bem.
Seu senso de justiça era notório,
Embora parecesse contraditório,
Ficando da própria fama refém.

Nem tudo que se refere a João
Consegue ser bem explicado.
Quando sua família não lembra
Algum episódio lá do passado,
O tema pode gerar discordância,
Com argumentos sem confiança,
Tornando um relato equivocado.

E são diversas as histórias
Que surgiram a seu respeito,
Algumas sem muito crédito,
Mentiras pra qualquer efeito.
Gente que gosta de inventar
Procurando tudo aumentar,
A fim de arrancar proveito.

Uma delas, um tanto absurda,
Que gira em torno de seu mito,
Mesmo ouvindo inúmeras vezes,
Até o dia de hoje não acredito.
Relata um João sagaz e violento
Invadindo festas de casamento,
Para azar do convidado aflito.

E o que era até pior, pasmem!
Fazendo papel de cangaceiro,
Onde raptava a recém casada
Deixando o marido em desespero.
Esse e outros boatos parecidos
Sempre foram a ele atribuídos,
Embora não sendo verdadeiros.

Histórias que não procedem
São, no mínimo, incoerentes,
Uma vez que João de Carminho
Fora um homem digno e decente.
Sua reputação e caráter ilibados
Haviam logo de ser lembrados
Quando abusava da aguardente.

Contudo, depois de certa idade,
Devido sua condição de casado,
João se afastou da vida boêmica,
Largando alguns vícios de lado.
Ao final da década de 1960
Toda aquela sua fama violenta
Dera lugar a um esposo dedicado.

Trabalhando com Seu Carminho
Ele passou a dirigir caminhão,
Viajava até o Rio de Janeiro
Dividindo com o pai a direção.
Fazia transporte “pau de arara”
Ao então Estado da Guanabara,
Não demorando nessa profissão.

Fez diversas viagens e fretes,
Mas sempre retornando ao lar.
Possuía agora mulher e filhos,
Obrigações que o fizeram mudar.
Vivia da terra e criação de gado,
Confusões eram coisas do passado,
Ainda que viessem lhe atormentar.

Quem diria que aquele rapaz,
Nascido no sítio Riacho do Meio,
Tornar-se-ia uma lenda capaz
De despertar o medo e receio.
Mesmo agindo de forma natural,
Conseguia impor respeito e moral,
Mostrando assim pro que veio.

No dia 20 de novembro de 1976,
Um sábado como outro qualquer,
A feira em Queimadas já no fim,
João tranquilamente andava a pé.
Seguia em paz, indo comprar pão,
Ao dobrar o primeiro quarteirão
Teve o destino que ninguém quer.

Surpreendido, tomou cinco tiros,
Sequer deu tempo dele reagir,
Saiu cambaleando pela calçada
Com todas as forças a resistir.
Havia caído em uma emboscada,
Em uma tocaia premeditada,
Onde buscaram antes o distrair.

Ainda chegou a ser socorrido
Porém de nada isso adiantou,
Teve sua morte ali decretada
Pelo policial que o alvejou.
E após vinte anos sem solução
Houve julgamento sem punição,
Um crime covarde que expirou.

Logo em seguida à sua morte,
Novos “causos” foram surgindo,
Alimentando um mito e também,
Por tantas vezes, o denegrindo.
Seja como um herói ou bandido,
João jamais será esquecido,
No imaginário resistindo.

Que a verdade possa ser dita
E se espalhe por todo canto:
João de Carminho em vida
Não foi, assim, nenhum santo.
Todavia, tinha suas qualidades.
Quem o conheceu de verdade
Preza a sua honra, eu garanto.

Fica aqui minha homenagem
A este homem que outrora,
Por seus feitos e bravuras,
Deixou seu nome na História.
Portanto, seja em verso ou prosa,
Falar de João Batista Barbosa
É contribuir com a memória.

____________________________________________________


CLIQUE AQUI E LEIA O CORDEL NO SEU FORMATO ORIGINAL
http://issuu.com/litodamata/docs/cordel_uma_queimadas_do_futuro/0

Amigos internautas,

 Eis aqui o meu novo cordel onde busquei, através de um sonho insólito, projetar nossa Queimadas "city" em um futuro bem próximo. Trata-se, na verdade, de mais uma brincadeira despretensiosa e sem qualquer compromisso com a verdade.
     Desculpem-me, inclusive, pelo fato de haver abordado o pessimismo com tanta ênfase, uma vez que eu não consigo imaginar uma futura realidade de outra maneira.
Enfim, leiam a minha "estória" e se possível, comentem, podendo utilizar ainda a alternativa do link acima, no qual é possível paginar todo o cordel como se tivesse folheando-o naturalmente. Uma cortesia do amigo Lito da Mata.




QUEIMADAS, JUNHO/2014

Certa noite eu tive um sonho
Uma visão pra lá de inusitada,
De um realismo tão profundo
E com cenas tão detalhadas
Que pouco lembrou fantasia,
O que me fez buscar na poesia
Uma narrativa aproximada.
        
        Pode até parecer bobagem
As estórias que irei descrever,
Porém, como fogem do real,
Tudo é possível acontecer.
Não estou inventando, eu juro,
Imaginei Queimadas no futuro,
Onde o mundo todo pude ver.

Cenas do cotidiano e também
De um passado ainda recente,
Nesse sonho pude vislumbrar
Realizando uma viagem na mente.
Apenas no papel de espectador
Como que diante de um televisor,
Sem interferir de corpo presente.

          Para tanto precisei utilizar
Toda a minha imaginação,
Tentando, enfim, compreender
Várias décadas de evolução.
100 anos tinham se passado,
A cidade havia atravessado
Por uma ampla modificação.

Numa retrospectiva do tempo
Fiz uma busca do que passou,
E contemplando a realidade
Que o sonho me apresentou,
Vi um lugar muito diferente,
Nada se via do nosso presente;
Toda área física se transformou.

         As ruas principais do centro,
João Barbosa e Eunice Ribeiro,
Sofreram inúmeras alterações,
Bairros se modificaram por inteiro.
A cidade evoluiu num grande salto,
Queimadas tinha prédios tão altos
Que mais parecia o Rio de Janeiro.

As mudanças mais impactantes
Estavam no cenário urbanístico,
O núcleo da cidade tão radiante
Ganhara um aspecto futurístico.
Edifícios modernos, luzes de neon
À noite lembravam ruas do Leblon,
Atraindo certo potencial turístico.

         Era o sonho da “Nova Iorque”
         Por alguma gestão anunciado,
         Após vários mandatos eletivos
Fora então, finalmente alcançado.
Prefeitos sérios, com determinação,
Deram ao povo sua contribuição,
Em prol de um lugar avançado.

E não somente a gestão pública,
Como também a iniciativa privada,
Donde surgiram vários investidores
Resolvendo apostar em Queimadas.
Ao longo do tempo toda a cidade
Rendeu-se de vez à prosperidade,
Crescendo de forma acelerada.

         Um mérito esse do comércio local
Que impulsionou tal crescimento,
Diversas empresas se instalaram
Gerando enorme desenvolvimento.
Queimadas demonstrando potencial
Tornou-se importante polo industrial,
Fazendo história em pouco tempo.

A localidade se dividia agora
Em várias zonas de expansão,
E como toda grande metrópole,
Crescera também em população.
O município inteiro se expandiu,
Seu povo já somava 500 mil,
Havendo déficit na habitação.

         Os problemas de cidade grande
Vieram todos no mesmo pacote,
Assaltos, sequestros, homicídios,
Crimes e infortúnios de toda sorte.
Havia trabalho para todo mundo,
Assim como o ladrão, vagabundo
Que só temia a pena de morte.

No ano de 2062, precisamente
Com 100 anos de existência,
Queimadas já se destacava
Como cidade de referência.
Proporcionalmente, digo mais,
Deixara Campina Grande pra trás,
Provando assim sua competência.

         Mas o meu sonho fora além,
         Estávamos no século XXII,
Muitos projetos do passado
Que haviam ficado pra depois
Agora se tornavam realidade;
A cura pra várias enfermidades
Enorme avanço pra ciência foi.

O conhecimento e a tecnologia
Fizeram do mundo obra de arte,
A automatização era evidente,
Havendo robôs por toda parte.
Relativo à economia e crescimento
O planeta melhorou em 100%,
Tendo a poluição como contraste.

         A natureza - ou o que restou dela -
Conscientemente fora preservada,
Para que as gerações seguintes
Não fossem de vez ameaçadas.
Na medida em que a terra evoluía
A qualidade de vida desaparecia,
E todas as classes eram afetadas.

  A violência ferozmente acentuada
  Tornava o mundo mais decadente,
  As drogas eram praga anunciada,
  Mais letais, mortalmente eficientes.
  Nações em guerras se destruíam,
  Corações desiludidos endureciam,
  Buscando na fé soluções ausentes.

         As religiões se multiplicavam
Como ópio, tranquilizavam o povo,
Mas nem por isso a humanidade
Recusava-se em buscar algo novo.
Uma era moderna pedia passagem
Com suas invenções e engrenagens,
Dominando a terra, água, ar e fogo.

Com o mundo todo informatizado
Generalizou-se o uso do computador,
Globalização virou coisa do passado,
A “universalização”podia se propor.
A tecnologia estava em toda parte,
O homem inclusive, já habitava Marte
Aventurando-se como conquistador.

         Muita parafernália científica
Que vemos em filme de ficção,
A essa altura a humanidade
Já proporcionara sua invenção.
Exceto algo que ainda lhe seduz:
Conquistar a velocidade da luz,
Adiando para a próxima geração.

Quanto ao Brasil, por sua hora e vez,
Desempenhando aumento profundo,
Apesar de tanta corrupção, tanto roubo
Entrou finalmente no primeiro mundo.
A região Nordeste avançou sem risco
Com a transposição do rio São Francisco
O Sertão virou mar e o solo fecundo.

         Nosso pequeno Estado da Paraíba
Passou como nunca a produzir,
Com sementes e cultivo adequado
O progresso se estabeleceu por aqui.
Agrônomos semeavam fertilidade,
Modernização do campo à cidade,
Crescimento do Sertão ao Cariri.

Durante este sonho também pude ver
As consequências de um mundo louco,
Relembrando as tradições e costumes,
Os quais se perderam pouco a pouco.
Filhos que já não obedeciam aos pais,
Longe de princípios e valores morais,
Tratando professores na base do sôco.

          Nesse contexto a vivência foi afetada,
As virtudes se desviaram no caminho,
A juventude, uma geração fracassada,
Não demonstrava mais amor e carinho.
Aquela boa educação, de base familiar,
No futuro não haverá de se encontrar;
Filho desde cedo vai se virar sozinho.

E no decurso dessa era caótica
Tudo de melhor que já existiu,
A exemplo da cultura, das artes...
Infelizmente, o mau gosto engoliu.
A boa música, apenas pra lembrar,
Virou artigo raro de se encontrar,
Havendo só imundície no Brasil.

         A nostalgia se revelava a saída
Para aqueles mais inconformados,
Um refúgio para os saudosistas
Que optavam buscar no passado
As produções que se perderam,
E muitos ignorantes esqueceram
Ao difundirem lixo midiatizado.

Voltemos, pois, a focar Queimadas,
Delimitando este sonho eloquente,
Minhas observações quanto ao futuro,
Em comparação com o nosso presente,
Revelam que o lugar avançou bastante
Já não era tão pequeno quanto antes,
Evoluindo de forma surpreendente.

Lembrando que a história mostra
Que Queimadas é bem mais antiga,
Fora fundada ainda no século XVIII
Com características de pequena vila.
Ligada à Campina Grande, está escrito,
Há muito permanecera sendo distrito;
Antes de emancipada, gerou até briga.

A partir de 1940 tentaram registrar
Essa vila próspera como Tataguassu,
Na época ninguém quis ouvir falar,
Causando assim, tremendo “sururu”.
O nome indígena seria para lembrar
As origens e o surgimento do lugar,
Um céu que sempre se mostrou azul.

         Já a Queimadas que vi no futuro
         Em nada lembrava o seu passado,
        As ruas, avenidas e até viadutos,
        Túneis por toda parte espalhados.
        Um trânsito confuso se instalara,
        A vida tranquila era coisa rara;
        Havia iniquidade por todo lado.

No entanto, a cidade crescia
Dentro de certo planejamento,
Uma política de infraestrutura
Dava o respaldo e embasamento.
E assim, prefeitura e empresariado
Uniam forças no mesmo traçado,
Em benefício do desenvolvimento.

         Os fins justificavam os meios
         E Queimadas investira pesado,
         Um moderno terminal rodoviário
         Enviava ônibus para todo Estado.
         Obras que surgiam a todo vapor,
         Inclusive, a construção de um metrô
         Tornando o município interligado.

Sem esquecer-se da penitenciária
E do seu aeroporto internacional,
Investimentos na área de saúde,
Em prevenção e segurança total...
Havia compromisso só em crescer,
Ainda que não conseguisse resolver
Problemas relacionados ao social.

          Era a infância sendo corrompida,
          Estupros ocorrendo à luz do dia,
          Menores abandonados e mendigos,
          Prostituição era o que mais se via.
          Delinquentes juvenis, gente do mal
          Buscava na droga apoio emocional;
          O “Underground” se estabelecia.

A população já não podia comportar
Essas “subclasses”e a criminalidade,
Buscavam-se, pois, atitudes enérgicas
“Erradicando-os”de vez da sociedade.
Mesmo eficiente, a lei em Queimadas
Psicologicamente era despreparada,
Resolvendo o problema pela metade.

          Alheias a quaisquer dificuldades
          Todas as autoridades se fechavam,
          Para dirigentes, religiosos e juízes
          Tais infelizes pouco importavam.
          Se a vítima fosse um reles viciado,
          Transferiam o problema pro Estado,
          Na medida em que se afastavam.

No futuro um dos pontos positivos  
Estava no bem-estar proporcionado,
A modernidade a serviço de todos,
Um direito amplamente assegurado.
A busca por um mundo confortável
Tornava o planeta menos sustentável,
Tendo seus recursos quase esgotados.

         Esse era o preço do progresso
         E todo povo se dispunha a pagar,
         Porém, haviam leis em Queimadas
         Onde tudo se obrigava a reciclar.
         A vida urbana relativamente boa,
         Só perdia pra capital, João Pessoa,
         Sem pretender aqui comparar.

Foi fazendo essa viagem no tempo
Que eu pude contemplar exaltado,
Uma cidade crescendo verticalmente,
Um ambiente altamente sofisticado.
No pátio desocupado da antiga Socal
Ergueu-se uma praça monumental,
Um antigo sonho, enfim, realizado.

         Existia em pleno funcionamento
Um teatro e um espaço cultural,
Um moderno centro administrativo
Bem próximo à Câmara Municipal.
Também se destacavam pela cidade
Escolas técnicas e universidades,
Além de um estruturado hospital.

Uma frota de automóveis luxuosos
Trafegava pelas ruas de Queimadas,
Hotéis cinco estrelas e até shoppings
Para deleite das classes privilegiadas.
A moeda corrente entre rico e pobre
Não era mais papel, níquel ou cobre;
Havia uma debitação automatizada.

           Museus e cinemas foram construídos,
           Bem como uma moderníssima arena,
           A “Queimadense” na elite do futebol
           Vencia grandes clubes sem problema.
           Do baixo Castanho até a Vila de cima
           Cruzando pelo “Cássio Cunha Lima”,
           Sonhei com uma cidade nada pequena.

Mas foi o turismo no município,
Ao contrário do que se pensa,
Que contribuiu com a economia,
Fazendo uma notável diferença.
Com seus atributos e atrativos
Queimadas virou meio alternativo,
Vindo turistas à sua presença.

            Uma região rica por natureza
            Não podia simplesmente ignorar
            Sua grande herança pré-histórica
            Que por milênios pôde preservar.
            Sítios arqueológicos foram criados
            E com frequência eram visitados
            Por estrangeiros de todo lugar.

O lajedo que leva à Pedra do Touro,
Incluindo toda área compreendida,
Tornou-se uma estância ecológica
Atraindo pessoas não só da Paraíba.
Vinha gente do Nordeste aos montes
Descer de rapel, banhar-se nas fontes,
Fazendo do turismo renda garantida.

           Já no finalzinho desse sonho,
          Antes de voltar pra realidade,
          Procurei inutilmente descobrir,
          Tentando saciar a curiosidade,
          Algo sobre a minha existência,
          Filhos, netos, toda descendência,
         Gerando a minha continuidade.

Porém, houve uma proibição
No tocante ao meu destino,
Nada eu podia ver ou saber;
O futuro de cada um é divino.
Ia depender do que se realizaria,
Das escolhas que eu ainda faria,
Como já o faço desde menino.

          E após essa infindável noite,
Entre sonhos e imaginações,
Vim acordar no dia seguinte
Fazendo inúmeras anotações.
E ao transcrever para o papel
Resolvi compor este cordel,
Sempre fiel nas afirmações.




____________________________________________________




Este Folheto de Cordel, recentemente lançado, faz parte do meu "legado cordelista" em Queimadas. Apenas orientei os alunos na composição do mesmo e dei uma "arrumadinha básica" na produção da meninada.

               HISTÓRIA DA ESCOLA SANTA MARIA
Por Paulo Seixas e alunos do 8° e 9° ano da Escola Santa Maria

QUEIMADAS, MAIO/ 2013

cidade de Queimadas
Conta com um privilégio,
Oferece agora aos alunos
Um moderníssimo colégio.

É a Escola Santa Maria
Investindo no bem estar,
Proporcionando conforto
Para o alunado estudar.

Começou como Tio Patinhas
Sua primeira denominação,
Teve seu início em 1994
Com pouca estruturação.

Eram apenas oito alunos
Em sua turma inicial,
Uma Escola pequenina
Mas com um diferencial;
                          
Tinha o empenho da família
E por isso se transformou,
De pequena virou grande
Como Educandário se Firmou.
           
       As salas se multiplicaram
       Mais estudantes comportou,
       E daquele pequeno grupo
       Somente a lembrança restou. 

A Escola foi evoluindo e
À medida que o tempo passa,
Investe mais na sua ampliação
Qualidade que não disfarça.       
       
       Todo povo desta cidade
       Já sabe da existência,
       Desse Colégio de qualidade
       Exemplo de competência. 

Uma bela Escola modelo 
Por excelência, particular, 
Com os melhores professores 
Uma referência pro lugar.

        É, sem dúvida, uma Escola
       Com um ensino insuperável,
       Onde a cada dia melhora;
       - É realmente admirável!

O esforço de toda equipe
É verdadeiramente incomum,
Algo de reconhecido valor
Não é coisa pra qualquer um.

        Com carinho e alegria
        Cabe aqui homenagear,
        A Escola Santa Maria
        E sua Direção exemplar.

Lembrando, em especial,     
Sua Diretoria competente,
Na pessoa da Srª. aurenize
Mulher super inteligente.

       Atravessando dificuldades
       Trabalhando todos os dias,
       Ela venceu com honestidade
       Inspirando esta poesia.

Ela tem um jeito singular

Na função é muito dedicada,
Competência em administrar
Em tudo é sempre aplicada.


       É a nossa fiel parceira

       Nossa amiga e protetora,
       Tolerante e companheira
       Uma excelente educadora.

Sem esquecer da D. Zuleide
Outro exemplo de dedicação,
Bem como todo quadro docente
Contribuindo nessa missão. 
       
       A educação é primordial
       Nada é tão importante,
       E a Escola Santa Maria
       Zela por seus estudantes.

O maior desafio ao educar
É saber ultrapassar barreiras,
E pra Escola Santa Maria
Não existe qualquer fronteira.

       Pois a arte de ensinar
       É um desafio constante,
       Ofício que não pode parar
       Devendo seguir adiante

É ainda uma grande dádiva
Uma semente a germinar,
A Educação gera frutos
Quando se sabe cultivar.

        Professor no Santa Maria
        Trabalha com o coração,
        Vem ensinar todos os dias
        Com empenho e dedicação.

E agradece a Deus por tudo
Pela capacidade de educar,
Dividindo suas experiências
Com aquele aluno exemplar.

        Sonhos podem se realizar
        E quem trabalha, merece.
        Basta ter fé e coragem
        Que a vitória acontece.

Saudades de velhas histórias
Vêm sempre alegrar o coração,
Ao lembrar da pequena Escola
Bate logo uma certa emoção.

        Como toda boa história
        Faça-se aqui uma reprise
        "puxando" pela memória
        Da Diretora Maurenize.


Quem diria que uma escolinha
Que na Vila um dia foi formada,
Iria se transformar num colégio
Que é referência pra Queimadas?
         
         Olhando assim para a Escola
         Percebe-se logo pela presença,
         Bonita por dentro e por fora
         Onde o ensino faz a diferença.

É um colégio maravilhoso
Isso ninguém pode contestar,
O aluno sente-se orgulhoso
Em aprender nesse lugar.

         Novas turmas hão de surgir
         O futuro mostra-se promissor,
         Desde o maternal ao nono ano
         O aprendizado é superior.

A Escola traz consigo um lema:
tudo posso naquele que nos fortalece”.
Essa é a sua história de vida,
Experiência que ninguém esquece.

                                      ACRÓSTICO – 12/04/2009
Maravilha das “ciências exatas”, há muito estudada,
mais aplicada dentre as fundamentais disciplinas.
Tem na sua prática habitual a forma mais utilizada
E, por esta razão, é a matéria mais útil que se ensina.
Misturam-se cálculos, fórmulas e mesmo deduções,
Assim na Aritmética, como na Álgebra e Geometria.
Também teoremas, hipóteses, induções, proposições...
 Intermediando um raciocínio lógico que até contagia.
Conceitos que se baseiam em seculares afirmações;
Algo que, certamente, nem Aristóteles contestaria.
                                                PAULO SEIXAS 

____________________________________________________







APRESENTAÇÃO
            
        Amigos de Queimadas,           

Estão aqui reunidos os meus melhores discursos em forma de poesia, recitados em palanque ao longo de toda a campanha política em Queimadas, neste ano de 2012, na qual me candidatei a um mandato de vereador pelo município. Inseguranças à parte, foi uma tremenda furada!
Numa tentativa desnecessária de justificar a minha baixa votação, apenas 38 votos (um foi meu, certamente), assumo com toda convicção que eu não fiz uma campanha efetiva para mim, e sim, para o candidato a Prefeito da minha coligação, o oposicionista, Jacó Maciel.  
Prova disto é a de que eu sequer fiz os populares santinhos de campanha para divulgar o meu número, bem como letreiros em muros, banners, jingles... a exceção ficou por conta da confecção de dois Folhetos de Cordel, nos quais escrevi o meu pensamento em relação à política (integrando-os aos discursos), deixando o eleitor à vontade para analisar e escolher seu candidato.
Com um lema bem simples, em defesa da Educação e da Cultura, optei por uma campanha discreta, silenciosa e limpasem maiores exageros. Como veem, não deu muito resultado. Apenas me “armaram com um 38”, somente isso. Faltou algo indispensável numa campanha eleitoral, aquilo que substitui qualquer proposta política; o “faz-me rir,” a alegria de todo eleitor: DINHEIRO!

Leiam a seguir, alguns dos meus discursos rimados.  


Paulo Seixas, dez./2012



DEDICATÓRIA 

Quero dedicar este Folheto de Cordel, em especial, a todos aqueles que mentiram pra mim, antes, durante e até mesmo depois das eleições. Incluindo aqui alguns “amigos verdadeiros” e, sobretudo, familiares que se mostraram firmes em me apoiar nessa dura jornada, dando-me o seu voto de confiança. Apenas da boca pra fora. Sei exatamente quem votou em mim!



COMÍCIO 1 – Sítio Baixa Verde/ 18-08-2012

Olá, pessoal!

Falarei através de versos, pois essa foi a melhor maneira que encontrei para expressar minhas ideias.

Boa noite, minha gente,
É um prazer estar aqui.
Saúdo a todos os presentes
E aos que não puderam vir.
Muitos que não compareceram
Não foi porque se esqueceram;
A explicação vem a seguir.                

Há uma grande diferença  
Entre querer e poder,
Querer aqui se torna ofensa
Não é difícil de entender.
O eleitor deseja o melhor,
Muitos não podem gritar JACÓ
Para não se comprometerem. 

Quem tem CU tem medo
Já diz um velho ditado,
E o que não é segredo
Não precisa ficar guardado.
Funcionário que for oposição,
Do pequeno ao alto escalão
Será mais um desempregado. 

Mas é na urna solitária
Onde teremos a decisão,
Contra uma campanha milionária
Colocaremos o verbo em ação.
E isso já basta para nós,
Podemos assim, ouvir a voz
De quem sofre a repressão.                 

Nossa cidade agora cresce
De forma independente,
O poder público só aparece
De maneira ineficiente.
Com algumas obras realizadas
Não oferece sequer a Queimadas
Um diálogo aberto com sua gente. 

Por tudo isso, vamos nos unir,
Ninguém tolera a ditadura,
Um novo governo há de vir
Pra derrubar essa estrutura.
Queimadas já provou do fel,
Tá na hora de Jacó Maciel
Comandar nossa Prefeitura.  

Bom pessoal, pra quem ainda não me conhece, meu nome é Paulo, Paulo Seixas. Sou um estudante de Jornalismo da Universidade Estadual da Paraíba. E por isso mesmo, eu tenho um compromisso, em especial, com a classe estudantil e com a cultura em nossa cidade, de uma maneira geral.
Devo lembrar, em tempo, que a Baixa Verde é a terra da minha mãe. Foi aqui onde ela nasceu e onde eu tenho parente “com força”. 

Ah, não posso esquecer o meu número!
Vou recitá-lo em versos: 

- O meu número é 13.123
  Não é difícil de memorizar,
  Chegou a hora, essa é a vez
  De alguma coisa, enfim, mudar.
  Uma opção a mais para você, eleitor
  Votando em mim para Vereador,
  Alguém que promete se destacar. 

Muito obrigado, até a próxima e vamos à vitória!


COMÍCIO 2 - Sítio Olho D’água Salgado/ 25-08-2012

Boa noite, minha gente!
Aqui não vou fazer diferente,
Falarei em versos, claramente,
Sobre um fato impertinente.
Vamos em frente! 

Uma coisa muito feia
Em época de eleição,
É criticar a vida alheia
Sem a menor consideração.
Ver amigos e candidatos
Brigando por um mandato,
Fazendo a maior confusão. 

Outra coisa eu lhes digo
Com certeza absoluta,
Eu não perco um amigo
Por causa de uma disputa.
Uma campanha é passageira,
Amigo é pra vida inteira,
Quem quiser que discuta. 

No papel de um candidato
Tenho que ser mais consciente,
Pois o que importa de fato
Preste atenção minha gente:
Iremos eleger nesse pleito
Jacó Maciel, nosso Prefeito
Pra Queimadas seguir em frente 

Se um amigo é vermelho
Outros mil são amarelos,
Não vou xingar um parceiro
Porque sua cor não tolero.
Minha escolha, o que penso
É fruto do meu bom senso,
Brigar é o que menos quero. 

Essa peleja se estende
Entre candidatos e eleitores,
O que alguns só entendem
É a busca por valores.
Gente sem qualquer ideal
Que visa apenas o “Real”
Na opção pelas cores. 

Portanto, vamos usar a cabeça
Precisamos é fazer alianças,
07 de outubro não esqueçam:
Jacó Maciel é nossa esperança!
E para Vereador da vez
Votem no 13.123,
Paulo Seixas é a mudança. 

Bom pessoal,
Meu nome é Paulo Seixas, sou um estudante de Jornalismo da UEPB, e por essa razão o meu compromisso é com a Educação e com a Cultura em nosso município.
Algumas das minhas ideias e propostas de campanha estão contidas neste Folheto de Cordel (em mãos), um santinho especial que confeccionei pensando, principalmente, na classe estudantil, com a qual eu tenho um compromisso a cumprir.
Há um velho ditado que diz:
“Cada escola que se abre é uma cadeia que se fecha”. É preciso investir mais em Educação. 

Muito obrigado a todos e até a próxima!


COMÍCIO 3 – Reunião no sítio Maracajá/ 30-08-2012

Alô povo do Maracajá,
Uma boa noite pra vocês!
Gostaria de me apresentar
Como um candidato da vez.
Em defesa da Educação
Paulo Seixas é uma opção,
Meu número é 13.123. 

Estudante de Comunicação
Quero fazer mais pela Cultura,
Dinamizar a nossa Educação
Com o apoio da Prefeitura.
Sei que posso fazer melhor
Trabalhando ao lado de Jacó,
Um homem digno, de postura. 

Muita coisa poderei realizar
Em quatro anos de mandato,
Pequenas coisas, devo lembrar,
Ser demagogo não é sensato.
Quero ser um colaborador,
Um amigo do professor,
Alguém que trabalha, de fato. 

Irei trabalhar pela educação
Como nunca o fizeram antes,
Cedendo mais espaço e atenção
Aos direitos dos estudantes.
Com uma votação expressiva
Na Câmara eu terei voz ativa
Podendo até, ser mais atuante. 

Já está mais do que na hora
De alguém parar para pensar,
Que nossa cidade necessita agora
É de vereadores para trabalhar.
Mesmo sabendo que embora,
Por todo este município afora,
Muitos se neguem a enxergar. 

Queimadas está no roteiro
De alguns lugares atingidos,
Não pela falta de dinheiro
Mas pelo trabalho não cumprido.
Não há, em trâmite, nesse instante,
Nenhum projeto tão relevante,
Qualquer compromisso assumido. 

Por isso, temos que nos unir,
Vamos acabar com essa amargura,
Um novo governo há de vir
Pra derrubar essa estrutura.
Queimadas já provou do fel,
Tá na hora de Jacó Maciel
Assumir nossa Prefeitura. 

O meu número é 13.123
Não é difícil de memorizar,
Chegou a hora, essa é a vez
De alguma coisa, enfim, mudar.
Uma opção a mais pra você, eleitor
Votando em mim para Vereador,
Alguém que promete se destacar.

                               
                                    É isso aí, pessoal!
Estou fazendo uma campanha completamente diferente do convencional. O meu santinho, na verdade, é um Folheto de Cordel onde eu coloquei algumas ideias bem esclarecedoras a respeito da política. Irei distribuir com vocês logo mais alguns exemplares.

           Bom, muito obrigado a todos e até à vitória!

                                                                            
COMÍCIO 4 – Vila - Queimadas/ 01-09-2012

Boa noite, Queimadas!

Que galera bonita, heim?

O tempo hoje é curto, por isso, serei breve.
Antes de mais nada, gostaria de fazer uma pequena retificação na maneira pela qual algumas pessoas e amigos se referem a mim, inclusive o próprio locutor.

- Falarei, portanto, em versos: 

Não me considero um poeta
Apenas, um escritor de Cordel,
Minha ingenuidade é completa
Para ser levada ao papel.
Porém, tenho plena convicção
De que nesta próxima eleição
Só vai dar Jacó Maciel!! 

Sou, talvez, um repentista
Com talento limitado,
Dando uma de artista
Para o meu eleitorado.
Sobretudo, pensando maior
Trabalhar ao lado de Jacó
Para obter mais resultado. 

Resolvi sair candidato
Ao lado de Jacó Maciel,
Porque eu acredito de fato
Que ele é honesto e fiel.
Essa é a vitória da oposição
Pois como já diz a locução,
É a terra e uma banda do céu!! 

Queimadas precisa urgentemente
De um Prefeito sem vaidade,
Que fale a língua da gente,
Que seja humilde de verdade.
A população quer ser ouvida,
Poder andar de cabeça erguida,
Sentir orgulho de sua cidade. 

Por isso, vamos votar no melhor
Desta vez, ninguém vai errar,
O nosso Prefeito será Jacó
E nada poderá nos segurar. 

Bom pessoal, pra quem ainda não me conhece, meu nome é Paulo, Paulo Seixas. Sou estudante de Comunicação Social da UEPB e um petista com muito orgulho! 

Ah, não posso esquecer o meu número: 

O meu número é 13.123
Não é difícil de memorizar,
Chegou a hora, essa é a vez
De alguma coisa, enfim, mudar.
Uma opção a mais pra você, eleitor
Votando em mim para Vereador,
Alguém que promete se destacar. 

E para Prefeito, não esqueçam:
Votem Jacó Maciel e Gerailton, 55!

Meus dois folhetos utilizados durante a campanha

COMÍCIO 5 – Reunião no sítio Quixaba/ 04-09-2012

Boa noite, povo da Quixaba
Minha conversa é com vocês,
Esse pedacinho de Queimadas
Onde estudante não tem vez.
Para lutar pela Educação
Apresento-me como opção,
Paulo Seixas, 13.123. 

Devo lembrar das dificuldades
Que um estudante atravessa
Deslocando-se da comunidade
Saindo de casa já com pressa.
Frequentando ao longe uma escola
Onde nem sempre o ensino decola
E o aprendizado não interessa. 

É preciso criar condições
Para essa geração atual,
Instituindo novos padrões
Em toda a rede municipal.
Com mais escolas na localidade,
Investir ainda em criatividade,
Buscando no aluno potencial. 

Sou um defensor da Educação
E quero poder fazer bem mais,
Pois esse é o futuro da nação
Não podemos andar pra trás.
Ninguém vive de quebra-galho
E o Mercado de Trabalho
Só contrata quem é capaz. 

Estudante de Comunicação
Desejo fazer mais pela Cultura,
Dinamizar a nossa Educação
Com o apoio da Prefeitura.
Sei que posso fazer melhor
Trabalhando ao lado de Jacó,
Um homem digno, de postura. 

Muita coisa poderei realizar
Em quatro anos de mandato,
Pequenas coisas, devo lembrar,
Ser demagogo não é sensato.
Quero ser um colaborador,
Um amigo do professor,
Alguém que trabalha, de fato. 

Vejo alunos que preferem agora
Uma bola no lugar de um livro,
É preciso investir mais na Escola,
É necessário haver incentivos.
Se o ensino já não rende,
Um estudante nada aprende,
Deixando o professor apreensivo. 

E os mestres sabem disso
Alguns até procuram inovar,
Pra que haja um compromisso
Do aluno em querer estudar.
Se a aula não for interessante
Ninguém segura um estudante,
E também não adianta forçar. 

Lugar de criança é na Escola
Que ninguém diga o contrário,
Só assim nosso país “decola”
Oferecendo melhores salários.
Sei que ninguém aqui é louco
Passar a vida arrancando tôco,
Um sofrimento desnecessário. 

Irei trabalhar pela educação
Como nunca o fizeram antes,
Cedendo mais espaço e atenção
Aos direitos dos estudantes.
Com uma votação expressiva
Na Câmara eu terei voz ativa
Podendo até, ser mais atuante. 

“Cada Escola que se abre
é uma cadeia que se fecha”.
O Ditado todo mundo sabe
Mas faço aqui outra deixa;
Dia 07 do próximo mês
Votem no 13.123,
O candidato é Paulo Seixas! 

E para Prefeito de Queimadas
Todo mundo já sabe de cor,
Não tenha dúvida, Quixaba,
O nosso Prefeito será Jacó. 

Jacó e Gerailton é 55
Paulo Seixas é 13.123 

Muito obrigado pela atenção! 


COMÍCIO 6 – Sítio Malhada Grande/ 08-09-2012

Trago em mãos um apontamento
Como podem perceber,
É que o meu pensamento
Falha sempre ao anoitecer.
E o que eu menos quero agora
É dar um branco nessa hora,
“Travar” tudo e esquecer. 

Boa noite, Malhada Grande!

Que multidão maravilhosa!

E que responsabilidade enorme essa minha de poder falar ao microfone. O microfone, como já dizia Raul Seixas, é um meio, um veículo perigosíssimo. E principalmente nas mãos de pessoas despreparadas...

Bom, minha gente, resolvi pleitear uma vaga no Legislativo porque eu gostaria de poder fazer mais pela Educação e pela Cultura em nosso município.

Meu nome é Paulo Seixas, sou estudante de Jornalismo e lancei a minha candidatura de forma humilde e discreta, através de um Folheto de Cordel. Distribuirei logo mais com vocês aí embaixo.

Vou recitar aqui alguns trechos: 

As promessas de uma campanha
São palavras que não voltam atrás,
A cada eleição o cidadão “apanha”
E promete não votar nunca mais.
Diante de tantas mentiras e abusos
O eleitor consciente se diz confuso,
Naturalmente, já não sabe o que faz. 

Já está mais do que na hora
De alguém parar para pensar,
Que a cidade necessita agora
É de vereadores pra trabalhar.
Mesmo sabendo que embora,
Por todo este município afora,
Muitos se neguem a enxergar. 

... e não adianta virem procurar
Manchar a nossa reputação,
Dessa vez ninguém vai tirar
A vitória de nossas mãos.
Somente Deus que tá no céu
Toma essa de Jacó Maciel,
O Prefeito da renovação. 

Dia 07 de outubro não esqueçam,

Jacó Maciel 55 e Paulo Seixas Vereador, 13.123

Muito obrigado a todos! 


COMÍCIO 7 – Sítio Pedraq/ 15-09-2012

Boa noite, pessoal! 

Eu gostaria de não ser repetitivo, não falar as mesmas coisas de sempre, a começar pela apresentação. Mas como cada lugar é diferente, iniciarei pelo meu nome.  

O meu nome é Paulo Seixas, sou um defensor convicto da Educação e da Cultura em nosso município. Sou estudante de Jornalismo, adoro poesia e por isso mesmo, procuro fazer os meus discursos sempre através de versos. 

Ouçam, por favor! 

Pense num candidato diferente,
Igual a mim, nunca existiu.
Que fala a verdade abertamente
Como alguém jamais proferiu.
Que traz à tona o que sente
E não esconde de sua gente
O que pensa ou o que viu. 

Estou fazendo uma campanha
Como era antigamente,
Um amigo me acompanha,
Encontro outro de repente...
Uma conversa, um aperto de mão,
Com humildade no coração
Vou assim, seguindo em frente. 

E desse jeito, companheiros
Faço a minha participação,
Se depender de dinheiro
Eu já perdi essa eleição.
Sou aquele candidato “duro”,
Sem dinheiro pra pintar muro,
Sem musiquinha ou badalação. 

Resolvi sair candidato
Ao lado de Jacó Maciel,
Porque eu acredito de fato
Que ele é honesto e fiel.
Essa é a vitória da oposição
Pois como já diz a locução,
É a terra e uma banda do céu!!

E não adianta virem procurar
Manchar a nossa reputação,
Dessa vez ninguém vai tirar
A vitória de nossas mãos.
Somente Deus que tá no céu
Toma essa de Jacó Maciel,
O Prefeito da renovação. 

Conto com a fiel colaboração
Dos meus amigos e companheiros,
Para juntos, nesta próxima eleição,
Mostrarmos o valor verdadeiro.
Ainda creio no poder da amizade
Um laço que nos une de verdade,
Superando o próprio valor do dinheiro. 

Vai que é tua, Jacó!!
Falta apenas este mês,
O povo já sabe de cor
55 é a bola da vez.
E pra Vereador de ação
Apresento-me como opção,
Em defesa da Educação
Paulo Seixas, 13.123! 

Muito obrigado pessoal e até a próxima! 


COMÍCIO 8 – Rua José Maia - Centro/ 03-10-2012
(comício cancelado da rua do mercado)

Boa noite, minha gente,
É um prazer estar aqui.
Saúdo a todos os presentes
E aos que não puderam vir.
Muitos que não compareceram
Não foi porque se esqueceram;
A opressão se faz sentir.                

Há uma grande diferença  
Entre querer e poder,
Querer aqui se torna ofensa
Não é difícil de entender.
O eleitor deseja o melhor,
Muitos não podem gritar JACÓ
Para não se comprometerem. 

Muito eleitor não pode falar
Estar aqui seria loucura,
Mas esse povo pode votar
E mudar de vez essa estrutura.
Queimadas já provou do fel,
Tá na hora de Jacó Maciel
Comandar nossa Prefeitura. 

Há outro fato também
Onde faço uma reflexão,
E desse não excluo ninguém
Quando se trata de eleição.
Vejo eleitores e candidatos
Brigando por um mandato,
Fazendo a maior confusão. 

Uma coisa eu lhes digo
Com certeza absoluta,
Eu não perco um amigo
Por causa de uma disputa.
Campanhas são passageiras,
Amigo é pra vida inteira,
Quem quiser que discuta. 

Se um amigo é vermelho
Outros 1000 são amarelos,
Não vou insultar um parceiro
Porque sua cor não tolero.
Minha escolha, o que penso
É fruto do meu bom senso,
Brigar é o que menos quero.

No papel de um candidato
Tenho que ser mais consciente,
Pois o que importa de fato
Preste atenção minha gente:
Iremos eleger nesse pleito
Jacó e Gerailton para Prefeito
Pra Queimadas seguir em frente. 

É na urna solitária
Onde teremos a decisão,
Contra uma campanha milionária
Só temos o verbo em ação.
E isso já basta para nós,
Podemos assim, ouvir a voz
De quem sofre a opressão. 

Portanto, vamos usar a cabeça
Precisamos é fazer alianças,
07 de outubro não esqueçam:
Jacó Maciel é nossa esperança!
E para Vereador dessa vez
Não errem no próximo mês,
Votem no 13.123,
Paulo Seixas é a mudança! 

Quero lembrar que algumas das minhas pequenas propostas de campanha, sempre relacionadas com Educação e Cultura, estão contidas nesse Folheto de Cordel que escrevi... 
                                                     
COMÍCIO 9 – Comunidade do Ligeiro/ 04-10-2012
                                     O último grande comício

       Boa noite amigos do Ligeiro e de Queimadas!
Como já disse uma vez, 

-Não me considero um poeta
Apenas, um escritor de Cordel,
Minha ingenuidade é completa
Para ser levada ao papel.
Porém, tenho plena convicção
De que nesta próxima eleição
Só vai dar Jacó Maciel!! 

Bom pessoal, hoje o tempo é reduzido. No entanto, tenho um recado aqui pra vocês... E pra não quebrar a regra, falarei através de versos. Vamos lá! 

Chegou ao fim nossa jornada
Mas não tem nada decidido,
Não há vitória antecipada
E nem mandato garantido.
A campanha foi maravilhosa
Com muita gente atenciosa
Correspondendo nosso pedido. 

É a esperança de quem acredita
Indo a comícios sempre lotados,
Uma campanha que se fez bonita;
-É a oposição dando o seu recado!
Agora o eleitor queimadense
Ficará três dias no suspense
Esperando apenas o resultado. 

Um resultado enfim, positivo
Para podermos soltar a voz,
O voto na urna será decisivo;
Votem antes, comemorem após.
Essa ninguém vai nos impedir,
Outra vez não vamos permitir;
Deus é justo e olhará por nós. 

O grito que ficou abafado
Durante quase quatro anos,
Vai se espalhar por todo lado
E dessa vez, sem desenganos.
Iremos comemorar satisfeitos
A vitória de nosso Prefeito;
07 de outubro, pra cima vamos! 

Não temam ameaças ou agressões
Nosso grupo é forte o bastante,
Evitem brigas e as discussões;
Eleger Jacó é o mais importante.
A esperança do nosso eleitor
Está também no seu Vereador;
Saibam escolher seu representante! 

No papel de um candidato
Tenho que ser mais consciente,
Pois o que importa, de fato,
Preste atenção minha gente:
Iremos eleger nesse pleito
Jacó Maciel, nosso Prefeito
Pra Queimadas seguir em frente. 

Jacó será um Prefeito de verdade
Isso nós podemos ter certeza,
Um homem que tem humildade,
Que está do lado da pobreza.
E conhece bem a realidade
Do homem do campo, da cidade,
Olhando as coisas com clareza.  

Para ser um bom governante
Só é preciso querer trabalhar,
Quanto a isso, fiquem confiantes;
Em Jacó Maciel podemos acreditar.
Queimadas terá uma transformação,
O que fizeram nessa atual gestão
Será quase nada, se for comparar. 

E somente para finalizar
Quero lembrar mais uma vez,
Procure seu título e vá votar
No dia 07 já deste mês.
Vote 55, não mude, não mexa,
E pra Vereador, vote Paulo Seixas,
O meu número é 13.123. 

- Para encerrar, eu quero ver o V da vitória pra Jacó Maciel!           

           Muito obrigado e vamos à vitória!

Obs: A essa altura, toda e qualquer insegurança de falar em público fora amplamente minimizada, restando-me apenas a saudade de poder discursar nos palanques.


AQUILO QUE EU NÃO PODIA FALAR EM PALANQUE SOBRE A POLÍTICA...
(Censurado) 

Não há nada mais deprimente
Do que período de eleição,
Ver candidatos sorridentes
Vindo pegar em nossas mãos.
Muitos já estão aparecendo,
Comprando votos, prometendo,
Passando a todos uma ilusão. 

Na verdade o que vemos
Não chega a ser uma eleição,
Em Queimadas o que temos
É um verdadeiro “leilão”.
Entre os 140 candidatos,
13 só levam um mandato
Se soltarem mais “carvão”. 

Essa é a tal Democracia
Que do país se apodera,
E não há uma ideologia
Onde dinheiro não supera.
O eleitor mal informado
Engana-se com um trocado,
Continuando na miséria. 

Pra se ganhar uma eleição
Sem gastar, só na moral,
Tem que ser muito azarão
Ou então, bastante original.
Nessa época em que vivemos
Uma boa ideia vale menos
Do que uma moeda de Real. 

O eleitor ainda não aprendeu
Por isso, quero aqui relembrar:
A grana que o candidato lhe deu
Gaste logo ou procure guardar.
Se ele cobrar, finja que nem ouviu
E mande-o pra p... que o pariu
No dia em que você for votar. 

Bote uma coisa na sua cabeça:
Por dinheiro, todos correm atrás.
Aceite ser comprado, mas não esqueça;
Na urna é só você e ninguém mais.
Tenha pulso firme, não perca a calma,
Pois ninguém vai comprar sua alma
Por um punhado de Reais. 

Meu caro amigo e eleitor
Não duvide, nem discuta:
Use o voto a seu favor,
Não confunda o seu valor
Com pagamento de put...


Retaliações ante as manobras jurídico-populares para derrubar Jacó Maciel: Novembro/2012
(Publicações realizadas no meu Facebook)
                                                   
                               O poeta volta a atacar...

Queimadas está tensa
Alguns torcem pelo pior,
Muita gente que pensa 
Que vai “detonar” Jacó.
Porém, digo felizmente,
O eleitor queimadense
Que votou consciente
Quer a decisão melhor.
 

E somente uma verdade
Vai predominar por aqui,
O Prefeito desta cidade
É Jacó por capacidade,
Alguns vão ter que engolir!
 

                              O poeta volta a atacar II 

Para muitos eleitores do 20
Antes e agora desesperados,
Só vou dizer-lhes o seguinte:
Esperem todos vocês sentados! 

Nas urnas só levaram a pior
Vão perder também no “tapetão”,
Ninguém toma essa de Jacó
O Prefeito eleito da multidão. 

Jacó Maciel é o nosso Prefeito
E irá administrar Queimadas,
A maioria decidiu, não tem jeito;
Esse processo não dá em nada.

Preocupados com ficha suja, é? A frase célebre de Jesus Cristo hoje seria pronunciada assim: “Atire a primeira pedra um político que se diga perfeito, isento de falhas, num país onde a política vive cercada por corruptos”.

                            O poeta volta a atacar III 

Os adversários gostam de comemorar
Adoram antecipar tudo, fazendo aposta,
Por isso não conseguem se conformar;
Não se acostumaram ainda com derrota.
O prazer da vitória tem um sabor de mel
E ninguém vai tirar essa de Jacó Maciel;
A aprovação da maioria é o que importa.


Guia para o programa eleitoral gratuito, veiculado pela Rádio Queimadas FM, 87.9Mhz 

Olá pessoal!
Meu nome é Paulo, Paulo Seixas, sou um estudante de Jornalismo da Universidade Estadual da Paraíba. E por isso mesmo, eu tenho um compromisso, em especial, com a classe estudantil e com a Cultura em nossa cidade.
Junto com Jacó Maciel, pretendo implantar alguns pequenos projetos, principalmente, na área da Educação.
Poeta cordelista, lancei a minha candidatura através de versos. 

- O meu número é 13.123
Não é difícil de memorizar,
Chegou a hora, essa é a vez
De alguma coisa, enfim, mudar.
Uma opção a mais pra você, eleitor
Votando em mim para Vereador,
Alguém que promete se destacar!     

Votem Jacó Maciel 55 e Paulo seixas 13.123
Muito obrigado e até a próxima!


AGRADECIMENTOS 

Gostaria de agradecer pelos 38 votos que obtive durante esse pleito, apesar de não procurar esconder a decepção com este resultado (não sou hipócrita!). Entretanto, tenho consciência de que não fiz qualquer esforço na busca por votos. Até porque, nunca tive a pretensão de vencer uma disputa de peso como tal, e sim, de participar, de ser um cabo eleitoral especial de Jacó e Gerailton.
Entrei nessa de candidato como quem joga na Mega Sena, onde o mais natural é que se perca a aposta. Sem dinheiro numa campanha política não dá para sonhar muito. Mas nem por isso deixei de respeitar, em nenhum momento, o meu partido, PT, e a sua coligação, respectivamente. NÃO ME VENDI! (embora soubesse que o meu “passe” não valesse muita coisa...)
Foi uma campanha maravilhosa, admito. Mas façam-me prometer uma coisa: Nunca mais subir em um palanque como candidato. Descobri que não tenho a menor vocação para isso (nem estômago).
No entanto, as ideias propostas por mim durante toda a campanha permanecerão vivas, em “Stand-by”, aguardando o momento certo de serem colocadas em prática. A ideologia vive! 

____________________________________________________


MAIS UM CORDEL DE CAMPANHA




             
         UM FOLHETO DE CORDEL PARA JACÓ MACIEL
                          
    
    QUEIMADAS, SETEMBRO/2012


                               01
Queimadas já não pode esperar,

Seu povo desassistido reclama

E não vai jogar o voto na lama

Ao escolher em quem confiar.

Já não dá mais para acreditar

Em tantas mentiras e falsidades.

Ninguém aqui é dono da verdade,

Porém a nossa palavra é uma só,

Vamos todos votar em Jacó

Pra melhorar de vez esta cidade.

                                                 02
Não é preciso dar nome aos bois

Nem difamar quem quer que seja,

O que nossa gente menos deseja

É ver a discórdia antes e depois.

Lembrar também do que já foi

Não vai trazer nenhuma novidade,

Promessas ficaram pela metade,

Isso todo o povo já sabe de cor,

Vamos todos votar em Jacó

Pra melhorar de vez esta cidade.


                        03
Uma onda de ilusão tá presente

Por qualquer lugar que passamos,

Por isso o que nós precisamos

É mostrar para toda essa gente

Que Queimadas é auto-suficiente

E cresce sozinha, na realidade.

Esse mérito pertence à sociedade

Que não se engana com tro-ló-ló,

Vamos todos votar em Jacó

Pra melhorar de vez esta cidade.


                       04
“Fazendo o bem a Queimadas”,

Este será agora o nosso lema,

Iremos discutir qualquer tema

Com importância confirmada.

A população já está preparada

Para rebater certas inverdades

Dos que julgam nossa capacidade

Com tanta calúnia que causa dó,

Vamos todos votar em Jacó

Pra melhorar de vez esta cidade.


                       05
Tem muita “cabeça” inteligente

Trabalhando com Jacó este ano,

Patrícia, Terezinha, José Marciano...

Exemplos de pessoas competentes,

Que tratam o seu povo como gente,

Respeitando as suas necessidades.

Quatro anos sem essa atenciosidade

Serão mais amargos do que jiló,

Vamos todos votar em Jacó

Pra melhorar de vez esta cidade.


                       06
Muitos projetos serão pensados,

Alguns com caráter de urgência,

Amenizando a enorme carência

De um povo que vive desprezado.

Vários programas a ser implantados,

Atendendo dezenas de comunidades

Que vivem à beira da criminalidade

Esperando quase sempre pelo pior,

Vamos todos votar em Jacó

Pra melhorar de vez esta cidade.


                     07
Há muita coisa por se fazer

Em vista do que foi feito,

Pois a função de um prefeito

É trabalhar sem aparecer.

Isso Jacó pode nos prometer,

Seu governo é de moralidade,

Não abre mão da modernidade,

Para Queimadas deseja o melhor,

Vamos todos votar em Jacó

Pra melhorar de vez esta cidade.


                       08
Com Jacó Maciel na prefeitura

Muita coisa haverá de mudar,

O que há de bom vai continuar

E desta vez com maior fartura.

Seria realmente uma loucura

Não elegermos por nossa vontade

Um homem digno, de qualidade,

Na sua mão desata qualquer nó,

Vamos todos votar em Jacó

Pra melhorar de vez esta cidade.


                         09
Ele não quer ver a onça com fome,

Tampouco a morte de sua presa.

Humano, sensível, tenham certeza

Jacó Maciel é um excelente nome.

Pai de família, um grande homem,

Um exemplo de generosidade,

Traz no semblante a humildade,

Aquilo que ele tem de maior,

Vamos todos votar em Jacó

Pra melhorar de vez esta cidade.


                       10
O povo queimadense já foi feliz

E do passado pode se orgulhar,

Podendo, em tempo, relembrar

A Prefeitura na época de Assis.

Ao lado do pai, Jacó sempre quis,

Diga-se com toda honestidade,

Trazer a todos a prosperidade,

Tratando sua gente a pão-de-ló,

Vamos todos votar em Jacó

Pra melhorar de vez esta cidade.


                       11
Tanto trabalhou por seu povo

Que seus feitos como resultado

Fizeram-no duas vezes deputado,

Sempre apresentando algo novo.

Mais experiente, porém cauteloso,

Sua meta será agir com vontade

Pedindo voto em toda localidade,

Aos jovens, adultos e até à vovó,

Vamos todos votar em Jacó

Pra melhorar de vez esta cidade.


                      12
Mais fervorosa do que antes,

Esta campanha ficará registrada,

Uma eleição que será disputada

Até o último minuto restante.

Quem tá com Jacó tá confiante,

Pesquisas não mostram seriedade

Nossa força tá na numerosidade,

Nos comícios iremos levantar pó,

Vamos todos votar em Jacó

Pra melhorar de vez esta cidade.






____________________________________________________


UMA CAMPANHA EM VERSOS


QUEIMADAS NÃO PERDE POR ESPERAR...

Aos amigos de Queimadas, em especial, apresento aqui o meu novo Folheto de Cordel, no qual discorro sobre a minha candidatura vigente ao Legislativo Municipal. Uma candidatura que surgiu não do oportunismo, mas de um desejo enorme de fazer alguma coisa de positivo em nossa cidade.
Entretanto, sei que não é fácil lutar contra essa cultura existente em nosso lugar – bem como em todos os outros – referente à compra e negociação de votos, algo que perpassa todos os limites do bom senso. Ou seja, quem não dispõe de dinheiro para gastar em uma campanha política, está automaticamente fadado à derrota. Alguém discorda?
Enfrentando todas as dificuldades e consequências de um candidato “liso”, pretendo limitar-me apenas ao corpo a corpo, ao contato direto com as pessoas. Deixando aqui bem claro que esta deverá ser, pelo menos da minha parte, a campanha mais discreta, a mais silenciosa e também a mais limpa possível.
           Enfim, vamos ao Cordel.




        
      Paulo Seixas, AGOSTO/2012

Meus caros amigos queimadenses,
Peço-lhes um pouco de sua atenção
Para falar sobre algo seriamente -
O que, antes, já implicava em gozação.
É que ao longo da minha vida inteira
Procurei levar tudo na brincadeira,
Assumindo um papel de brincalhão.

Mas um dia a gente se dá conta
E então percebe que o tempo passa,
Aquela piada quase sempre pronta
Parece não ter mais a mesma graça.
A vida nos reserva outros valores
Faz-nos superar quaisquer dissabores,
Dispersando o passado igual fumaça.

Com um pensamento bem diferente
Direcionado, enfim, para a razão,
Enxergo decepcionado o presente –
Um trem desgovernado sem direção.
Basta olhar o mundo à minha volta,
Imediatamente, um misto de revolta
Invade e perturba o meu coração.

A vida é como se fosse uma reprise
O tempo passa e a coisa não muda,
No Brasil inteiro fala-se em crise,
Todo dia é um “Deus nos acuda”.
Os ricos vão tornando-se milionários,
O pobre “escapando” com um salário
E ainda é grato quando o filho estuda.

Homens da política, senhores do poder,
Abram os “olhos” para este recado,
Não deixou de ser obrigação ou dever
O compromisso com seu eleitorado.
O descaso aflora em mil evidências
Sendo impossível tomar providências
Apenas com um gesto indignado.

As promessas de uma campanha
São palavras que não voltam atrás,
A cada eleição o cidadão “apanha”
E promete não votar nunca mais.
Diante de tantas mentiras e abusos
O eleitor consciente se diz confuso,
Naturalmente, já não sabe o que faz.

Não tenho telhado de vidro
Saio na chuva é pra me molhar,
Quem tiver um par de ouvidos
Tape agora, se não quiser escutar.
Eu já não consigo calar a voz
Tenho que expressar o que sinto,
Pra “infelicidade” de todos nós
Infelizmente eu não minto!

Chega de legisladores profissionais
Os quais se elegem a cada mandato,
Fortalecendo apenas os seus ideais
Sem apresentar um projeto de fato.
Queimadas obtém recursos em dia
Logo merece grandes obras em via,
Desenvolvimento num nível sensato.

Já está mais do que na hora
De alguém parar para pensar,
Que a cidade necessita agora
É de vereadores para trabalhar.
Mesmo sabendo que embora,
Por todo este município afora,
Muitos se neguem a enxergar.

Queimadas está no roteiro
De alguns lugares atingidos,
Não pela falta de dinheiro,
Mas pelo trabalho não cumprido.
Não há, em trâmite, nesse instante,
Nenhum projeto tão relevante,
Qualquer compromisso assumido.

A nossa Câmara de Vereadores
Mais parece a “Casa da Mãe Joana”,
Requisitada para prestar favores
Todo santo dia da semana.
A função do poder legislativo
Não seria trabalhar pro coletivo,
Ou minha compreensão se engana?!

Prefiro não difundir observações
Sobre coisas que eu até desconheço,
Não são más as minhas intenções
Nem também exijo delas um preço.
Não venho aqui “curtir” reclamações
E muito menos proferir difamações;
Vai, muito além disso, o que ofereço!

Como estudante de Jornalismo
Já não cultivo muitas esperanças,
Não tenho mais aquele idealismo
De esperar por grandes mudanças.
O diferencial está no individualismo
Lutemos, pois, contra o continuísmo;
Dêem-me um voto de confiança!

Apresento-me aqui como candidato
No entanto, prefiro nem aparecer,
Mesmo pleiteando um mandato
De imediato nada posso oferecer.
Além das ideias que defendo e adoto
Não tenho “verba” para adquirir voto;
Porém, como vereador espero me eleger.

O voto é um dever da cidadania
Uma prestação com a consciência,
Não pode ser trocado por “ninharia”
Atitude que é digna de indecência.
Aquele que negocia, tem o voto vendido,
Está contribuindo de um modo efetivo
Com a corrupção e com a incompetência.

Só entro numa disputa para ganhar
Entrego-me, pois, de coração aberto,
São muitos os desafios a enfrentar
Mas sei que estou no caminho certo.
Sem apelar jamais para a demagogia
Espero poder trabalhar pela maioria
Conduzindo assim, um mandato honesto.

Não espero apenas ter um emprego
E um bom salário por quatro anos,
Por dinheiro eu nunca tive apego
Quanto a isso nunca me engano.
Só preciso de um voto de confiança
Para mostrar que tenho liderança
E poder apresentar meus planos.

O meu número é 13.123
Não é difícil de memorizar,
Chegou a hora, essa é a vez
De alguma coisa, enfim, mudar.
Uma opção a mais para você, eleitor,
Votando em mim para vereador,
Alguém que promete se destacar.

Conto com a fiel colaboração
Dos meus amigos e companheiros,
Para juntos, nesta próxima eleição,
Mostrarmos o valor verdadeiro.
Ainda creio no poder da amizade
Um laço que nos une de verdade,
Superando o próprio valor do dinheiro.

Quem me conhece desde sempre
Sabe o quanto detesto falsidade,
E se eu for escolhido realmente
Como um representante desta cidade,
Prometo nunca mudar esse meu jeito;
Mesmo após consagrar-se eleito,
Não abrirei mão da simplicidade.

Irei trabalhar pela educação
Como nunca o fizeram antes,
Cedendo mais espaço e atenção
Aos direitos dos estudantes.
Com uma votação expressiva
Na Câmara eu terei voz ativa
Podendo até, ser mais atuante.

Uma cidade que não investe em cultura
Não vai além do seu próprio atraso,
Vamos lutar para que a Prefeitura
Não renegue secretarias ao descaso.
É necessário incentivo na música, teatro,
Em qualquer manifestação artística de fato,
E na sua efetiva aplicação, em todo caso.

Vou abraçar como bandeiras de luta
A Educação, a Cultura e também o Lazer,
Não pretendo transformar isso em disputa
Minhas metas, por si só, irão prevalecer.
Espero, no mínimo, proporcionar diversão
Algo merecido por toda a população
Que “rala” a semana inteira pra valer.

Nossa gente não mais se engana
E deseja agora, como nunca, mudar,
Ninguém tolera um final de semana
Sem qualquer distração, pra começar.
Aqui, num sábado à noite e domingo,
É preferível ficar em casa dormindo
Do que sair somente pra se chatear.

Como é que alguém pode gostar
De alguma forma desta cidade,
Se não há uma atração, um lugar
Que possa servir à comunidade?
Uma vez eleito, não serei omisso,
Assumirei tão logo um compromisso
Na busca por qualquer atividade.

Indicarei algumas pequenas iniciativas
Mesmo não havendo recursos para tal,
Porém, valendo-se de ideias criativas
Buscarei implantá-las no limite do “Real”.
Desde torneios, gincanas, festas juninas...
Até desfiles com as mais belas meninas,
Realizarei eventos em prol da geral.

Este lugar carece é de mais gente
Que se preocupe com a coletividade,
Promovendo ações verdadeiramente
Em benefício de toda a comunidade.
Mesmo que seja um trabalho voluntário,
Procurando, assim, ser mais solidário,
Contribuindo pra melhoria da cidade.

Tenho tantas ideias para apresentar
Que sequer consigo expor no papel,
Mas alguma coisa já pude adiantar
Em alguns dos versos deste cordel.
Entretanto, verear pressupõe limitação,
É essencial contar com a cooperação
De uma bancada assumidamente fiel.

Proponho um Centro de Reciclagem
Gerando trabalho para catadores,
E ainda um espaço dedicado às artes
Para artesãos, poetas e pintores.
Um “point” para reunir a juventude,
Sei que não me faltará garra e atitude
Atuando com os demais vereadores.

O turismo, quando bem explorado,
Traduz em ótimo recurso financeiro,
Desde que seja bem empregado
Torna-se rentável pelo ano inteiro.
Queimadas oferece lugares bonitos,
Por estas razões eu realmente acredito
Transformar sonhos em algo verdadeiro.

Portanto, vamos todos nos mobilizar
Convoco às urnas amigos e parceiros,
Este movimento não poderá acabar
Para a alegria desse povo inteiro.
Colocando à prova minha popularidade,
Espero mostrar que tenho capacidade
E poder trabalhar a partir de janeiro.

Se você, meu caro amigo e eleitor,
Já não esperava nenhuma surpresa,
Eu diria que, na certa, se enganou
Podendo contar com mais uma certeza:
Em um ano que promete o mundo acabar
Outra profecia vou sugerir em seu lugar;
2012a eleição de um maluco beleza!




___________________________________________


QUEIMADAS, ELEIÇÕES 2012 - DA FILIAÇÃO À CONVENÇÃO



                       
Queimadas, março/2012.

Este ano profético, 2012,
Tem surpresa reservada,
E nem será preciso ir longe
Para perceber tal “zoada”.
A política já está fervendo
Tem pretendente aparecendo
De todo canto de Queimadas.

A busca previsível por voto
Intensificou-se desde janeiro,
Chegando a ser deprimente,
Em grande parte, um desespero.
Tem indivíduo ficando rouco
Prometendo de tudo um pouco
E esbanjando muito dinheiro.

Tem gente apostando alto
Empenhando tudo que tem,
Na pré-campanha fica surdo
Não ouve conselho de ninguém.
Mas um dia haverá de ouvir
Quando o resultado, enfim, sair
No pleito de outubro que vem.

Eleição aqui em Queimadas
Há muito virou “investimento”,
É uma garantia de emprego
Com um excelente rendimento.
São quatro anos de “fartura”
Vivendo à sombra da prefeitura,
Sem qualquer aborrecimento.

Em particular, aquele vereador
Que se esconde atrás do mandato
Não fazendo nada pelo eleitor,
Sequer um “projetinho ingrato”.
Mas nem sempre ele foi ruim
A posição que o tornou assim,
Subindo-lhe à cabeça, de fato.

E nem poderia ser diferente
Vendo as coisas como estão,
Nada muda simplesmente
Repetindo-se a cada eleição.
Gente querendo se “arranjar”
Se dar bem e se aproveitar
À custa de toda população.

Alguns futuros candidatos
Não medem nenhum esforço,
Enxergam a campanha no papo -
Dentro do seu próprio bolso.
Uma atitude um tanto suspeita
De gente que se aproveita
De quem vive no sufoco.

Isso é uma questão cultural
Muito difícil de ser mudada,
Pois onde não entra o “Real”
A coisa fica meio complicada.
Exceção na política é somente
De uma minoria consciente
Que ainda crê numa virada.

Porém, o eleitor queimadense
Atualmente tem outra visão,
Ficou bem mais experiente
E agora vota com a razão.
Mas nunca vai se fazer de tal,
Quem vier lhe oferecer “Real”
Será recebido com atenção.

Com atenção ao “perseguido”
Que ali está sendo ofertado,
O qual será logo recolhido
E acrescido de um obrigado.
Não precisando se comprometer,
Pois o voto ninguém irá ver;
Este é um segredo de Estado!

Quando o pobre fica doente
E procura por um hospital,
É tratado como indigente -
Um atendimento sempre igual.
Nessas horas deveria lembrar
Quanto “recebeu” para votar
Naquele seu fulano de tal.

Aquele político “Silvio Santos”
Que distribuiu muito dinheiro,
Elegeu-se e só irá ressarcir
Durante quatro anos inteiros
Toda a grana que “investiu”,
Mandando pra p... que o pariu
Quem souber de seu paradeiro.

Tem muito eleitor que se “vende”
A necessidade nos faz perceber,
Mas no fundo ele só pretende
Unir a fome e a vontade de comer.
Vende o voto a um, a dois, a cem
E acaba votando em outro alguém;
É o que todos deveriam fazer!

O eleitorado faz a diferença
Seu pensamento é importante,
Sabe que não há mais coerência
Na política como era antes.
E agora faz do voto um protesto
Tendo em mente seu manifesto
Na escolha dos representantes.

“Voto de cabresto” tá diferente
O eleitor exige agora “alforria”,
Até aquele mais dependente
Segue a sua própria ideologia.
E pra ficar bem melhor na fita
Está dizendo NÃO aos “parasitas”
Quando finalmente, vota no dia.

E aproveitando aqui o ensejo
Esta ressalva vem acrescentar,
Visto que há em muitos o desejo
E o propósito de se candidatar.
Todavia, irão fazê-lo por etapa
Sem pretender dar a cara à tapa
Ou simplesmente se “misturar”.

Farão valer-se de princípios    
Não revelando envolvimento,
Com falcatruas ou artifícios
Que os levem a julgamento.                
Mostrarão um pensamento novo
Aquilo que é ideal para o povo
Segundo seus conhecimentos.

Embora depois de eleitos
Voltem atrás em suas atitudes,
Pois não há político perfeito
E o eleitor jamais se ilude.
Para toda escolha, toda opção
Aplica-se o critério da razão,
A menos que o coração mude.

Tem pré-candidato oportunista
Que sequer conhece o que é certo,
Mergulha de cara na política
Pensando que o céu é perto.
Não tem conhecimento de nada
Insiste em lutar por Queimadas,
Razão para se achar esperto.

É preciso ter competência
Para poder ir mais além,
E um pouco de inteligência
Nunca fez mal a ninguém.
Ao garantir vaga no Legislativo,
Ter conhecimento será preciso
Ou da burrice tornar-se-à refém.

O perfil de qualquer candidato
Vai de acordo com sua conduta,
Aquele que é competente de fato
Traz consigo uma vida de luta.
Mas, às vezes, a aparência engana
Leva o eleitor a votar num sacana,
Um tremendo de um filha da p...

É reservado a todo cidadão
O direito de poder disputar,
E sempre a cada nova eleição
Muitos resolvem participar.
Aparece de tudo nessa ocasião,
Da melhor promessa à tapeação;
“Paraquedistas” têm pra contar...

Pois então, que a escolha se faça
E que surjam muitas propostas.
Seja o voto concedido de “graça”
Ou “ofertado” no que alguém gosta,
Não importa. Consciência é individual!
E o povo queimadense como tal
Em um novo tempo agora aposta.

Sonhar não custa (quase) nada
Ouçam oportunistas de plantão:
Ao verem suas ideias fracassadas
Não vão sofrer com a decepção.
E saibam que aqui em Queimadas
A população vai estar preparada,
Abrindo os olhos nesta eleição. 


Entre em contato comigo - e-mail:pauloseixas2012@gmail.com 
(também Orkut e Facebook) ou então, acesse o meu blog:http://www.blogliterariopauloseixas.blogspot.com/



____________________________________________________


RETRATO 3X4 DE UM PAÍS NO BURACO




UM CORDEL RETRATANDO A VIOLÊNCIA

         Meu folheto mais recente (agora publicado), Retrato 3X4 de um país no buraco trata-se de uma análise apenas superficial da situação caótica em que se encontra o povo brasileiro, especialmente no que diz respeito à questão da violência. Lembrando que este livreto foi escrito na cidade do Rio de Janeiro, durante o final do ano de 2008/2009.
         Baseado em alguns fatos temporais ocorridos na época, não deixa de parecer também algo contemporâneo, uma vez que algumas das atrocidades aqui relatadas se repetem com a mesma intensidade a cada dia. Portanto, qualquer semelhança com a realidade atual não será mera coincidência.
         Um tema bastante abrangente, perturbador e ao mesmo tempo, delicado, a violência é referência agora em todas as mídias, orgãos comunicacionais e até mesmo na boca do povo. Um assunto praticamente infindável, porém, ficando aqui um tanto limitado devido as dificuldades e barreiras da rima.
         Leiam, reflitam e... comentem!
         Obrigado.


RIO de JANEIRO, 02/01/2009


De norte a sul deste país
Em todo este chão brasileiro,
Do Ceará ao Rio de Janeiro
Encontra-se gente infeliz.
Um povo que sonha e diz
Ainda não ter abandonado
A esperança como resultado
De um coração sempre inquieto,
Um dia o Brasil vai dar certo
Esse será o seu maior legado.

O Brasil pede clemência
E a sua nação fragilizada
Naturalmente amedrontada
Com toda essa violência,
Espera agora providências
Do supremo, do Estado
Senadores e deputados
Esse grupinho tão seleto,
Um dia o Brasil vai dar certo
Esse será o seu maior legado.

A alta sociedade vive o drama
E a ameaça sempre constante
Do sequestrador, do assaltante
Todos os dias da semana,
E protege a quem tanto ama
Em condomínios sofisticados.
O pobre, por vezes discriminado
Encara o medo e o perigo de perto,
Um dia o Brasil vai dar certo
Esse será o seu maior legado.

É a desigualdade social
A base de tanto problema
No entanto, o egoísta que acena
Reivindicando a paz afinal,
Por vezes não lembra o mal
Que outrora tenha causado,
Ora por haver se recusado
A ajudar alguém sem teto,
Um dia o Brasil vai dar certo
Esse será o seu maior legado.

Fazer pressão não adianta
Ou só cobrar dos governantes,
É necessário cultivar antes
Algo de bom que se garanta.
Resolver assim, só de garganta
Certamente não é o mais indicado,
Atitude e bom senso como aliados
São recursos bem mais concretos,
Um dia o Brasil vai dar certo
Esse será o seu maior legado.

O ideal seria compartilhar
E distribuir melhor a renda
Tapando de vez essa fenda
Para, enfim, o país melhorar.
O dinheiro, só para lembrar
Parece um bem amaldiçoado
Torna o homem um alienado
E a sua vida vira um deserto,
Um dia o Brasil vai dar certo
Esse será o seu maior legado.

A violência se faz presente
Não só pela falta de condições
Ou por não haver mais opções
De se trabalhar honestamente.
A maldade agora tão iminente
Associa-se às drogas, aos viciados,
E faz do policial mal remunerado
O seu intercessor quase direto,
Um dia o Brasil vai dar certo
Esse será o seu maior legado.

A integridade do cidadão
É também um direito sagrado
Lavrado e sacramentado
Garantido pela Constituição.
Mas, algo fugiu à compreensão
Deixando o país indignado,
Gestante teve o corpo alvejado
Sem dar chance àquele feto,
Um dia o Brasil vai dar certo
Esse será o seu maior legado.

É necessário ter que agir
Aplicando leis mais duras
Para que as gerações futuras
Não venham, pois, sucumbir.
Sem o direito de ir e vir
O cidadão é desrespeitado
E já está sendo ameaçado
No seu convívio em aberto,
Um dia o Brasil vai dar certo
Esse será o seu maior legado.

Que surjam, então, iniciativas
De combate à criminalidade
Como redução da maioridade
E tantas outras alternativas,
Mas que tenham função ativa
Sem contemplar privilegiados,
Pois a família de um vitimado
Merece mais justiça e afeto,
Um dia o Brasil vai dar certo
Esse será o seu maior legado.

Para que cenas descabidas
Como de uma criança arrastada
Que teve a sua vida ceifada
Da forma mais pervertida,
Sejam de uma vez banidas
Com processos bem aplicados.
O bandido, enfim, indiciado
E com um julgamento correto,
Um dia o Brasil vai dar certo
Esse será o seu maior legado.

Os crimes mais violentos
Sugerem uma punição diferente
Pena de morte para essa gente
Realizada no seu intento.
O oposto do arrependimento
De quem furta um supermercado,
Aquele pobre desempregado
Que para não morrer fica quieto,
Um dia o Brasil vai dar certo
Esse será o seu maior legado.

Em virtude das leis atuais
Regidas por um Código Penal
Obsoleto e com um diferencial
Que só beneficia os marginais,
É impossível se falar em paz.
O brasileiro vive angustiado
No meio de um fogo cruzado
E o seu destino parece incerto,
Um dia o Brasil vai dar certo
Esse será o seu maior legado.

A impunidade é garantida
Nas penas do Judiciário
E o sistema penitenciário
É uma instituição falida.
Essa banalização da vida
É preocupação do Estado
Cada vez mais desorganizado
Já está merecendo um veto,
Um dia o Brasil vai dar certo
Esse será o seu maior legado.

Em nenhum lugar do mundo
Um político ou empresário
Apenas por ser réu primário
É absolvido num segundo.
O desespero é profundo
Para qualquer injustiçado,
Se for pobre é condenado
Um veredicto nada discreto,
Um dia o Brasil vai dar certo
Esse será o seu maior legado.

Em meio a roubo, bala perdida,
E uma polícia desacreditada
A liberdade fica subjugada
Com essa guerra constituída.
A população surpreendida
A cada dia foge prum lado,
O mais humilde, o “favelado”
Ora por Deus e fica esperto,
Um dia o Brasil vai dar certo
Esse será o seu maior legado.

Essa onda de assassinatos
Envolvendo adolescentes
Viciados, porém carentes
Contradiz-se em alguns fatos.
Os autores de tais atos
Desses crimes tão forjados
Não seriam bandidos fardados
Pelo local passando reto?!
Um dia o Brasil vai dar certo
Esse será o seu maior legado.

Muitos que deveriam proteger
Tornam-se uma praga operante
Aliando-se ao vil traficante
Com a influência do poder,
Ficando agora mais fácil morrer
Nas mãos de um policial “safado”.
E mais uma vez prejudicado
O cidadão faz seu protesto;
Um dia o Brasil vai dar certo
Esse será o seu maior legado.

Talvez quem sabe, algum dia
Ainda se mude esse final
Quando se extinguir todo o mal
Que tanto aflige a maioria.
Quando se abolir a hipocrisia
E a indiferença dos acomodados
Antes e agora preocupados
Em só prover filhos e netos,
Um dia o Brasil vai dar certo
Esse será o seu maior legado.

Enfim, a paz e a liberdade
É para todo ser humano
O seu direito soberano,
A sua própria identidade.
E o brasileiro, na verdade,
Que é um povo determinado
Um dia será contemplado
Com novas leis e projetos,
Um dia o Brasil vai dar certo
Esse será o seu maior legado.


NOTA

*Este folheto foi escrito originalmente em janeiro de 2009, mantendo-se, portanto, fiel a determinados acontecimentos de sua época. Apesar de estes parecerem, infelizmente, bastante atemporais.


       Por fim, gostaria de dedicar este trabalho, em especial, a todos aqueles que de certa forma procuram contribuir para um mundo melhor, plantando sempre a semente do bem.
                                                               Paulo Seixas 


“... Tenha fé em Deus, tenha fé
na vida, tente outra vez!”
(Raul Seixas)




__________________________________________________


QUEIMADAS, 50 ANOS DE HISTÓRIA RECENTE


NOTA:

A minha ingenuidade nítida, expressa nos versos deste cordel, levou-me a fazer certa “apologia” partidária aos políticos da situação, quando, na realidade, eu só queria mesmo era prestar uma singela homenagem a nossa cidade (a Secretaria de Cultura pagou os folhetos, mas eu acabei mesmo trabalhando de graça). Tudo em nome da literatura.
Entretanto, não volto atrás em nada do que falei, pois contra fatos não há argumentos.
Queimadas é hoje uma cidade em desenvolvimento, ficou mais bonita e se há um responsável por tudo isso, então, parabéns! Para mim não importa de que lado esteja, desde que trabalhe efetivamente pelo progresso do lugar. Tudo pela nossa cidade é válido.
Pois bem, eis aqui um folheto de cordel inovador e também o mais lido desses últimos dias em Queimadas.



 QUEIMADAS, 
50 ANOS
DE HISTÓRIA RECENTE


                                                               
Paulo Seixas
Junho/2011


Dedico este folheto, em especial, ao mais entusiasmado dos cidadãos queimadenses, o meu amigo Aguinaldo, “Naldim”.


QUEIMADAS, 50 ANOS DE HISTÓRIA RECENTE


Que a divina luz da inspiração
Acompanhe de perto essa jornada,
A qual irá descrever Queimadas,
Antecipando-se em comemoração.
São 50 anos de emancipação
Alcançados com justa vitória
Por um povo que tem memória
E faz questão de recordar
Importantes conquistas do lugar,
Fatos inesquecíveis na história.

A cidade que hoje se expande
Teve início um tanto comum,
Até dezembro de 1961
Fora Distrito de Campina Grande.
Porém, sua história geral abrange,
Pelo menos, três séculos antes,
Do tempo em que os bandeirantes
Com muito afinco desbravaram
E nessas terras depois formaram
Pequenas colônias de habitantes.

Incrustada numa região montanhosa,
Denominada Serra da Borborema,
Queimadas despontou sem problema
E sempre cresceu orgulhosa.
A natureza, extremamente generosa,
Ao clima e demais recursos ajudou
Por esta razão a cidade herdou
Verdadeiros tesouros biológicos,
Também diversos sítios arqueológicos,
Vestígios que o tempo conservou.

Uma localidade que outrora
Era por índios habitada
E muita gente fazia“Queimadas”
Por toda essa região afora.
A alcunha emplacou, embora
No princípio do povoado
Não havia nada registrado.
No entanto, surgiu um nome novo:
Tataguassu, “grande fogo”,
O qual não foi aprovado.

Grande parte da cultura local
Foi herdada dos índios cariris
Que há muito já viviam por aqui,
Os primeiros habitantes, afinal.
O nome Tataguassu, por sinal,
Seria um tributo, uma homenagem
A um povo que abriu passagem
Para o progresso e o desenvolvimento,
Merecendo, pois, reconhecimento,
Além de uma profunda abordagem.

Queimadas, onde passado e presente
Formam agora um cenário novo,
Um mérito de seu próprio povo
Que soube plantar a semente.
Está de parabéns essa gente
Pelo esforço e determinação.
Em meio século de transformação
Fez-se surgir neste município
Um lugar mais viável e propício
E um comércio em ascensão.

Com mais de 40.000 habitantes
Queimadas cresce de forma mista,
A sua área de comércio é vista
Como uma das mais importantes.
Estes são fatores determinantes
Para o fortalecimento do lugar,
Uma cidade que só tende a aumentar
E onde todos desejam investir,
Montar um negócio ou construir,
De alguma maneira participar.

Uma deixa para se recordar
De alguns antigos comerciantes
Que num tempo não muito distante
Faziam a diferença no lugar.
João Joca Clemente, pra começar,
Dois precursores de alto tino;
José Tavares, seu João Virgínio,
João Mendes,“Ti Migué”, Zé Gomes,
“Biu da Ceasa”, entre outros nomes
Que no momento fogem ao raciocínio.

Queimadas, de governos anteriores,
Com renomada influência política,
Homens que nunca fugiram à risca
Ou que se perderam em seus valores.
Incluem-se aqui alguns fatores
Que merecem ser destacados,
Mandatos que não foram aprovados,
Desde prefeitos a vereadores,
Causando repugnância aos eleitores
Que não herdaram nenhum legado.

Contudo, uma figura imortalizada,
Aqui retratada em verso e prosa,
A professora Maria Dulce Barbosa,
Hoje com idade um tanto avançada.
Foi a primeira prefeita de Queimadas,
Aliás, a primeira eleita em todo Brasil.
Uma mulher como nunca se viu,
Sua vida pública foi transparente,
Uma ilustre cidadã queimadense,
Que ao seu lugar sempre assistiu.

Terra de gente empreendedora
Que trabalha e demonstra orgulho,
Contribuindo para o futuro
De uma região promissora.
Hospitaleira e bastante acolhedora,
A cidade mostra-se interessante,
Recepcionando seus visitantes
Com muita alegria e satisfação,
Marca registrada da população,
Aliás, uma das mais relevantes.

Queimadas vive um momento
De grandes transformações,
Onde a soma de suas ações
Aumentou em cem por cento.
Esse notável crescimento
Já se tornou uma realidade
Com empresas de outras cidades
Vindo seguidamente se instalar,
Trazendo de vez para o lugar
Renda e sustentabilidade.

A exemplo do Armazém Paraíba
E outras lojas de variedades
Que apostaram aqui na cidade,
Acreditando em sua fibra.
Gran Moto que assim o diga,
Outro investimento correto,
Gerando empregos diretos
Para pessoas da localidade,
Mais benefícios pra comunidade
Que observa a tudo de perto.

Investimentos na infraestrutura
Vem agradando a população,
Que mostra índices de aprovação
Com os serviços da Prefeitura.
Essa mais nova releitura,
Sobretudo, na área social
Vem com apelo em especial
Aos descontentes e oposição:
Façam de Queimadas a única razão
Em qualquer disputa eleitoral.

Uma boa parte da sociedade
Espera e cobra de um prefeito
Somente aquilo que pode ser feito
Pelo bem da comunidade.
As disputas e rivalidades
Ficam a cargo dos partidários.
A grande massa, pelo contrário,
Anseia apenas por ideias novas,
Um governo competente logo aprova,
Sem dispensar qualquer comentário.

E Queimadas ficou mais bonita,
São bem visíveis as mudanças,
Um novo tempo de esperança
Ressurge para quem acredita.
Um governo que se prontifica
E se compromete em trabalhar,
Cumprindo um mandato regular,
Não importa de que lado esteja,
O que o povo realmente almeja
É a prosperidade do lugar.

Um exemplo na saúde e bem-estar
É possível encontrar bem perto,
Uma academia a céu aberto
Para todo o povo se exercitar.
E além do hospital, pode-se destacar
A busca por assistência e alento
Aos que padecem com o sofrimento
De um mal que não dá sossego,
A casa de apoio Tião do Rêgo
Encontra-se em pleno funcionamento.

Queimadas, neste ano de aniversário,
Obteve importantes resultados:
Já houve concurso realizado
Para contratação de funcionários.
São vários eventos no calendário
Sobre projetos concretizados,
Como os canteiros centrais reformados
E a praça por detrás da igreja.
É somente isso que o povo deseja:
Trabalho e obra para todo lado.

A estrada que leva a Boqueirão
Teve seus quiosques padronizados,
Um trânsito mais organizado
Investe agora em sinalização.
É mais respeito com a população
Que conscientemente agradece.
A cidade enfim, ainda oferece
Várias festas e comemorações,
Um repertório de programações
Do qual ninguém nunca esquece.

A propósito, a Festa de Reis,
Com várias décadas de tradição,
Que se renova a cada edição,
Sendo a programação da vez.
Em janeiro, nos dias 5 e 6,
Sítio, fazenda e cidade
Participam das atividades
E das atrações apresentadas,
Transformando assim Queimadas
Num grande palco de novidades.

A população em peso aguarda
Algumas grandes realizações,
Como um polo de confecções
Que irá revolucionar Queimadas.
A “Santa Cruz” tão esperada,
Com sede aqui na cidade,
Trará progresso de verdade,
Com negócios a perder de vista,
Esta será uma grande conquista,
Um sonho que se tornará realidade.

Tem o complexo esportivo
Até já em fase de tramitação,
O prédio do INSS, outra aquisição
Que marcará em definitivo
Todo um processo evolutivo
Pelo qual o lugar atravessa.
E ainda algo que interessa
Aos moradores e comerciantes,
Um calçadão para os ambulantes
Poderem negociar suas ofertas.

Queimadas atrai prosperidade,
Eterniza-se por suas conquistas,
Terra de uma gente otimista
Que trabalha com austeridade.
Um povo que tem dignidade
E age com pensamento seguro,
Sabendo planejar o futuro
Sem nada que o amedronte,
Enxergando além do horizonte,
Por cima do mais alto muro.

Por fim, como diz o ditado:
Quem trabalha Deus ajuda
E só assim uma cidade muda,
Podendo apresentar resultados.
Referir-se, pois, ao passado
É reviver glórias, somente,
Ou para acrescentar ao presente
As histórias de motivação
Que fizeram deste lugar, então,
Um orgulho para toda essa gente.



 ACRÓSTICO, JUNHO/2011.

Que estes 50 anos de história
Uma centena de vezes se repita
que esta data, enfim, reflita
Imensa alegria obtida em glórias.
Metas alcançadas com vitória
Aqui nestes versos retratadas,
Décadas que sucederam conquistas  
Ações do presente agora revistas,
Sem dúvida, pra sempre lembradas.

                                                                             Paulo Seixas

Entre em contato comigo
e-mail: pauloseixas2012@gmail.com


____________________________________________________



Nenhum comentário:

Postar um comentário